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Na Catalunha, região separatista da Espanha, as touradas têm tido problemas, e a crise econômica não ajudou. Atualmente, os preços dos ingressos se parecem aos da ópera. Os espetáculos são muito caros de produzir e diminuíram por todo o país.

A região, no nordeste da Espanha, pode estar vendo suas últimas touradas. Nesta semana, o Parlamento catalão determinou o fim dos espetáculos. Os amantes desta arte, é claro, protestam, alegando que as touradas são uma questão de patrimônio cultural. A Europa pode querer se unir ao redor de interesses sociais e econômicos, mas as culturas nacionais devem ser respeitadas, e o "toreo" representa a diversidade cultural, dizem.

Durante os primeiros anos do século passado, a capital Bar­celona não tinha menos do que três praças de touros. Era uma Meca para aficionados. Houve mais corridas ali, de 1920 a 1960, do que em qualquer outra cidade espanhola.

Todavia, os nacionalistas catalães começaram a espalhar a noção de que o toreo era imposto na Catalunha pelo regime fascista de Franco, que o promovia, como o flamenco, por ser um símbolo patriótico. A oposição às touradas se tornou uma declaração de separatismo por outros meios.

Os direitos dos animais vieram em seguida e abasteceram o programa dos nacionalistas. Que a questão permanece, sobretudo, política está demonstrado além da fronteira, na região catalã do sul da França, onde as touradas são adotadas com tanto ardor quanto são negadas na Catalunha espanhola, exatamente pelas mesmas questões separatistas – neste caso, por serem proibidas em Paris.

Paco March, colunista de touradas para o jornal La Vanguardia, conta que sua filha de 15 anos é chamada de fascista por seus colegas de classe por ter uma foto de um toureiro colada em seu caderno.

"Que desgraça se os políticos proibirem as touradas aqui. Queremos ser diferentes do resto da Espanha, parando de matar touros, e para isso estamos simplesmente matando nossa própria cultura."

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