A Itália transportou nesta quinta-feira (31) mais de 2 mil imigrantes norte-africanos da ilha de Lampedusa para campos de triagem e detenção na Itália continental, aliviando a pressão sobre a pequena ilha ao sul da Sicília, a qual recebeu milhares de clandestinos desde janeiro. Lampedusa, uma pequena ilha que vive da pesca e do turismo e com população de 5 mil habitantes, estava com mais de 6 mil imigrantes, muitos dos quais dormiam em tendas ou nos campos, por causa da falta de abrigos.
Nesta quinta-feira (31), soldados italianos se juntaram a trabalhadores da limpeza local para remover pilhas de lixo deixadas pelos imigrantes. Entre os imigrantes que ficaram, existem pelo menos 350 menores de idade, disse Filippo Ungaro, representante local da organização não governamental Save the Children. Sob as leis internacionais, menores desacompanhados não podem ser deportados e devem ser colocados ao abrigo em lares, enquanto seus pedidos de asilo são processados, disse Ungaro a um canal de televisão italiano.
Em reunião de gabinete em Roma, o governo aprovou uma verba para que os menores sem pais ou responsáveis sejam destinados a lares temporários. Segundo a Agência Ansa, 3.731 imigrantes permanecem em Lampedusa. Centenas deles fizeram nesta quinta-feira uma manifestação, gritando "Sicília, Sicília", e pedindo para deixar a ilha. "Todos temos medo de voltar para a Tunísia, não podemos voltar", disse Haitem, um tunisiano de 23 anos.
O governo montou um acampamento com capacidade para receber 4 mil imigrantes em Manduria, na província de Tarento (sul da Itália). O Ministério do Interior da Itália informou que, dos 15 mil clandestinos que desembarcaram em Lampedusa desde janeiro, 2 mil vieram da Líbia. Quase todos os outros vieram da Tunísia. Entre os imigrados vindos da Líbia, muitos são somalis, eritreus e etíopes que trabalhavam no país magrebino e tiveram que fugir por causa do conflito civil. As informações são da Associated Press.
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