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Um tanque das tropas leais ao ditador Muamar Kadafi foi destruído no sábado (26) | Suhaib Salem/Reuters
Um tanque das tropas leais ao ditador Muamar Kadafi foi destruído no sábado (26)| Foto: Suhaib Salem/Reuters

Sirta, a cidade natal do governante líbio, Muamar Kadafi, foi atacada pelos rebeldes, que seguem rumo a oeste em direção a Trípoli, capital do país, nesta segunda-feira (28). Além disso, jatos da coalizão internacional também realizaram ataques no local, em apoio às forças contrárias a Kadafi. Um repórter da France Presse disse que ocorreram nove fortes explosões nesta manhã em Sirta, 360 quilômetros a leste de Trípoli. Os aviões da coalizão trabalham para garantir uma zona de exclusão aérea no país, no âmbito de uma resolução aprovada no Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Na cidade onde nasceu Kadafi já haviam sido registradas ontem duas explosões, atribuídas pela televisão estatal a uma ação aérea das forças de coalizão. Sirta é o próximo alvo dos rebeldes em sua trajetória rumo à capital. Os rebeldes já retomaram o controle da cidade petrolífera de Ras Lanuf e pressionam as tropas oficiais em Nofilia e Sirta.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) assumiu ontem o comando das operações militares na Líbia. Com isso, a coalizão pode atacar as forças de Kadafi que sejam consideradas uma ameaça aos civis do país. Segundo funcionários da aliança, porém a transferência de comando, que estava com os Estados Unidos, levaria entre 48 e 72 horas.

Embaixadores dos 28 países da Otan aprovaram a transferência de comando, apesar dos temores apresentados por França e Turquia. "Nossa meta é proteger os civis e as áreas de população civil sob ameaça de ataque do regime de Kadafi", disse o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen. "A Otan irá implementar todos os aspectos da resolução da ONU. Nada mais, nada menos", afirmou ele. A resolução prevê ataques aéreos para proteção aos civis, mas não uma invasão por terra, por exemplo.

Testemunhas em Trípoli disseram que houve ataques aéreos na capital, na rodovia que leva até o aeroporto, a dez quilômetros da cidade, e também no bairro de Ain Zara, no leste da capital. Os rebeldes prometeram que o levante não atrapalhará a produção de petróleo em áreas sob seu controle. A oposição planeja exportar petróleo "em menos de uma semana", disse um representante dos rebeldes. "Nós estamos produzindo entre 100 mil e 130 mil barris por dia, mas podemos facilmente elevar isso para 300 mil por dia", disse Ali Tarhoni, representante dos rebeldes para o setor econômico, de finanças e petróleo, em entrevista coletiva.

Os rebeldes estavam prestes a perder o controle de sua principal cidade, Benghazi, antes de começarem os ataques aéreos internacionais em 19 de março. No sábado, eles retomaram o controle de Ajdabiya e Brega, 160 e 240 quilômetros a oeste de Benghazi. Agora, tomaram controle de Ras Lanuf, expulsando tropas fiéis a Kadafi. O rebelde Attia Hamad, de 34 anos, disse que insurgentes estavam controlando totalmente Ras Lanuf. Eles comemoravam a vitória na cidade com tiros para o alto e até disparando uma granada propelida por foguete.

Ministros das Relações Exteriores de mais de 35 nações já confirmaram que participarão amanhã de uma conferência em Londres a fim de discutir a ação militar na Líbia, informou a Grã-Bretanha. Segundo a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, muitos diplomatas líbios e líderes militares estão desertando e mudando de lado.

Em Trípoli, um porta-voz do governo, Mussa Ibrahim, disse, durante a noite de ontem para hoje, que as ações aéreas da coalizão estavam matando soldados e civis, entre a estratégica cidade de Ajdabiya e Sirta. "Estamos perdendo muitas vidas, militares e civis", afirmou ele, renovando os pedidos por um cessar-fogo e uma reunião urgente sobre a Líbia no Conselho de Segurança da ONU.

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