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Diplomacia

Na ONU, Dilma vai condenar intervenção militar

 | Antônio More / Agência de Notícias Gazeta do Povo
(Foto: Antônio More / Agência de Notícias Gazeta do Povo)

A presidente Dilma Rousseff finalizou ontem, em Nova York, os últimos detalhes do discurso que fará nesta terça-feira na abertura da 67.ª Assembleia Geral das Nações Unidas.

Dilma deve enviar uma série de mensagens, como a defesa da busca pelo fim dos conflitos por meio da paz, a não intervenção militar como solução para confrontos, a relevância dos esforços em favor do desenvolvimento sustentável e o empenho para o reequilíbrio econômico no cenário internacional.

A presidente vai desta­­car­­ os avanços obtidos na Con­­ferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sus­­tentável, a Rio+20, em junho. Antes, ela se reunirá com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Segundo assessores, não há­­ au­­diências organizadas­­ com o presidente norte-ame­­­­ri­­cano, Barack Obama, e­­ ­­a chanceler da Alemanha, An­­ge­­la Merkel.

Soberania

No seu discurso, a presidente deverá reiterar a necessidade de respeitar a soberania e a ordem democrática, referências que dizem respeito diretamente à Síria e ao Paraguai. Na Síria, Dilma deverá defender o fim da violência, a busca da paz por meio do diálogo, o respeito aos direitos humanos e a não intervenção militar.

Dilma deverá, mais uma vez, apoiar o direito de a Pa­­lestina ser Estado autônomo. Ela deve mencionar também a necessidade de buscar um acordo de paz dos palestinos e israelenses por meio das negociações. No âmbito regional, a presidente deve ressaltar que atualmente na América Latina a integração está diretamente relacionada ao respeito à democracia.

É possível que a presidente cite também a questão da­­ reforma do Conselho de Segurança da ONU, uma vez que o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, que acompanha Dilma, tem uma agenda paralela cujo prin­­cipal tema é o esforço pa­­ra a ampliação do órgão.

O conselho é formado por 15 países – cinco ocupam vagas permanentes e dez rotativas. O Brasil defende a ampliação para pelo menos 25 lugares no total.

Revolta árabeGuerra na Síria será o centro das discussões na Assembleia Geral

Agência Estado

A guerra civil na Síria voltou ao centro das atenções mundiais ontem, no momento em que líderes do mundo inteiro se reúnem em Nova York para a 67ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, o diplomata argelino Lakhdar Brahimi, alertou que o conflito civil na Síria está piorando e ameaça se espalhar para os outros países do Oriente Médio.

Brahimi afirmou não ter um "plano completo" para resolver a crise, mas disse que trabalha em algumas ideias que ele espera começar a colocar em prática na próxima visita à região. Ele disse que a situação permanece em impasse e é "extremamente difícil", sem perspectivas de qualquer avanço "hoje ou amanhã".

O Conselho de Segurança está profundamente dividido sobre a questão síria. A Rússia, aliada da Síria, e a China, vetaram três resoluções apoiadas pelo Ocidente e que aumentariam a pressão sobre o governo do presidente sírio Bashar Assad.

Outros temas

Além do conflito sírio, outras questões importantes que serão discutidas nos bastidores são as tensões com o programa nuclear do Irã e a possibilidade de Israel realizar um ataque preventivo contra o país, a atuação da Al-Qaeda no oeste da África e o declínio da ajuda internacional para combater a pobreza. No total, mais de 120 presidentes, primeiros-ministros e monarcas reúnem-se a partir de hoje sob forte segurança na sede da ONU em Nova York. O secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, prevê que a sessão ministerial, nesta terça-feira, será uma das mais movimentadas de todos os tempos.

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