"Incendiário"
Irã está pronto para se defender de Israel, afirma Ahmadinejad
Reuters
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, ignorou ontem um alerta da Organização das Nações Unidas para evitar a retórica incendiária e declarou a jornalistas durante a sessão anual da Assembleia Geral da ONU que Israel não tem raízes no Oriente Médio e será "eliminado".
Ele disse também que não leva a sério a ameaça militar israelense contra as instalações nucleares iranianas, negou ter enviado armas à Síria e disse que as condições econômicas do seu país "não estão tão ruins quanto são retratadas", apesar das sanções internacionais ao Irã.
Os Estados Unidos rejeitaram os comentários do presidente iraniano, classificando-os como "odiosos, ofensivos e ultrajantes".
No domingo, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se reuniu com Ahmadinejad e alertou-o sobre os perigos da retórica incendiária para o Oriente Médio.
A presidente Dilma Rousseff finalizou ontem, em Nova York, os últimos detalhes do discurso que fará nesta terça-feira na abertura da 67.ª Assembleia Geral das Nações Unidas.
Dilma deve enviar uma série de mensagens, como a defesa da busca pelo fim dos conflitos por meio da paz, a não intervenção militar como solução para confrontos, a relevância dos esforços em favor do desenvolvimento sustentável e o empenho para o reequilíbrio econômico no cenário internacional.
A presidente vai destacar os avanços obtidos na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho. Antes, ela se reunirá com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Segundo assessores, não há audiências organizadas com o presidente norte-americano, Barack Obama, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel.
Soberania
No seu discurso, a presidente deverá reiterar a necessidade de respeitar a soberania e a ordem democrática, referências que dizem respeito diretamente à Síria e ao Paraguai. Na Síria, Dilma deverá defender o fim da violência, a busca da paz por meio do diálogo, o respeito aos direitos humanos e a não intervenção militar.
Dilma deverá, mais uma vez, apoiar o direito de a Palestina ser Estado autônomo. Ela deve mencionar também a necessidade de buscar um acordo de paz dos palestinos e israelenses por meio das negociações. No âmbito regional, a presidente deve ressaltar que atualmente na América Latina a integração está diretamente relacionada ao respeito à democracia.
É possível que a presidente cite também a questão da reforma do Conselho de Segurança da ONU, uma vez que o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, que acompanha Dilma, tem uma agenda paralela cujo principal tema é o esforço para a ampliação do órgão.
O conselho é formado por 15 países cinco ocupam vagas permanentes e dez rotativas. O Brasil defende a ampliação para pelo menos 25 lugares no total.
Revolta árabeGuerra na Síria será o centro das discussões na Assembleia Geral
Agência Estado
A guerra civil na Síria voltou ao centro das atenções mundiais ontem, no momento em que líderes do mundo inteiro se reúnem em Nova York para a 67ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, o diplomata argelino Lakhdar Brahimi, alertou que o conflito civil na Síria está piorando e ameaça se espalhar para os outros países do Oriente Médio.
Brahimi afirmou não ter um "plano completo" para resolver a crise, mas disse que trabalha em algumas ideias que ele espera começar a colocar em prática na próxima visita à região. Ele disse que a situação permanece em impasse e é "extremamente difícil", sem perspectivas de qualquer avanço "hoje ou amanhã".
O Conselho de Segurança está profundamente dividido sobre a questão síria. A Rússia, aliada da Síria, e a China, vetaram três resoluções apoiadas pelo Ocidente e que aumentariam a pressão sobre o governo do presidente sírio Bashar Assad.
Outros temas
Além do conflito sírio, outras questões importantes que serão discutidas nos bastidores são as tensões com o programa nuclear do Irã e a possibilidade de Israel realizar um ataque preventivo contra o país, a atuação da Al-Qaeda no oeste da África e o declínio da ajuda internacional para combater a pobreza. No total, mais de 120 presidentes, primeiros-ministros e monarcas reúnem-se a partir de hoje sob forte segurança na sede da ONU em Nova York. O secretário-geral da entidade, Ban Ki-moon, prevê que a sessão ministerial, nesta terça-feira, será uma das mais movimentadas de todos os tempos.
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