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No seu discurso no debate da 77ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, condenou na noite desta terça-feira (20) o ataque sofrido pela vice Cristina Kirchner no início deste mês em Buenos Aires.
O político peronista agradeceu às manifestações de “solidariedade” recebidas devido à tentativa de assassinato e alegou que o ataque, pelo qual quatro suspeitos foram presos, “não afetou apenas a tranquilidade pública”.
“Ele também procurou alterar uma construção coletiva virtuosa que, no próximo ano, completará quatro décadas de vida. Em 1983, recuperamos a democracia e iniciamos um longo ciclo histórico, no qual diferentes forças políticas se alternaram no governo”, disse Fernández. “Estou certo de que a violência fascista que se disfarça como republicanismo não será capaz de mudar esse amplo consenso ao qual a grande maioria da sociedade argentina adere.”
O presidente argentino alegou que, durante a pandemia de Covid-19 e também devido aos efeitos econômicos da guerra da Ucrânia, “discursos extremistas e violentos se proliferaram e encontraram terreno fértil para semear o sentimento antipolítico em nossas sociedades”. “Manter -se em silêncio diante de tais evidências pode nos levar a colocar o Estado de Direito em crise”, afirmou Fernández.
Em outros momentos do discurso em Nova Iorque, o peronista pediu cooperação do Irã nas investigações do atentado de 1994 na sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), exigiu respeito do Reino Unido “à soberania da República Argentina sobre as Ilhas Malvinas” e defendeu o fim das sanções econômicas contra ditaduras de esquerda na América Latina.
“De acordo com a Carta das Nações Unidas, as únicas sanções legítimas são aquelas impostas pelo Conselho de Segurança para fazer cumprir suas decisões relativas à manutenção da paz e da segurança. Em virtude disso, a Argentina se une à demanda dos povos de Cuba e da Venezuela para que levantem os bloqueios que essas nações sofrem”, argumentou.