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O embaixador iraniano na ONU, Mehdi Danesh Yazdi, acusou nesta quarta-feira (6) os Estados Unidos de tentarem culpar Teerã por seus fracassos no Iraque e negou que a República Islâmica esteja tentando desestabilizar o país vizinho.

Em reunião do Conselho de Segurança sobre o Iraque, o embaixador-adjunto dos EUA na ONU, Alejandro Wolff, reiterou a acusação norte-americana de que o Irã estaria apoiando insurgentes que combatem as forças norte-americanas dentro do Iraque, na esperança de desestabilizar o país.

"Durante as recentes operações em Basra, Sadr City e Maysan, tropas iraquianas descobriram evidências convincentes de que a letal ajuda iraniana continua entrando no Iraque", disse ele, acusando especificamente a Força Qods da Guarda Republica Islâmica do Irã.

Em resposta, Yazdi divulgou nota dizendo que "o governo dos EUA insiste sem base na realidade no seu comportamento inaceitável de usar os outros como bodes expiatórios, inclusive o Irã, para suas próprias políticas equivocadas no Iraque, a fim de distrair as atenções da fonte dos fracassos dos EUA naquele país."

Tal fonte dos fracassos, segundo ele, seria a permanência dos EUA e das demais tropas estrangeiras no Iraque.

Irã e Iraque travaram uma sangrenta guerra entre 1980-88, mas as relações melhoraram muito desde que as forças dos EUA derrubaram o regime sunita de Saddam Hussein. Agora, os dois países têm xiitas no poder.

Em junho, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, recebeu o primeiro-ministro do Iraque, Nuri Al Maliki, e disse a ele que a presença das forças dos EUA no Iraque é o maior obstáculo ao seu desenvolvimento como um país unificado.

Durante a reunião no Conselho de Segurança, Lynn Pascoe, do Departamento de Estado dos EUA, argumentou que a violência diminuiu na maior parte do Iraque nos últimos meses, e que as forças locais estão cada vez mais aptas a controlar o país, embora o número de mortes civis continue inaceitavelmente elevado.

Em Bagdá, o Parlamento adiou na quarta-feira em pelo menos um mês a votação sobre a nova lei eleitoral, que vai permitir a realização de eleições provinciais. Há um impasse sobre as regras que devem vigorar em Kirkuk, cidade rica em petróleo, com população mista (curda e árabe).

O Conselho de Segurança deve prorrogar na sexta-feira o mandato da missão da ONU no Iraque, com a perspectiva de ampliar a presença da entidade no país.

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