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Em discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, nesta sexta-feira (22), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o mundo tem a perspectiva de um “novo Oriente Médio” com a possível normalização das relações diplomáticas entre seu país e a Arábia Saudita.
Essas negociações foram abordadas nesta semana por Netanyahu numa reunião com o presidente americano, Joe Biden, e numa entrevista do príncipe herdeiro e premiê da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, que afirmou à emissora americana Fox News que a normalização das relações diplomáticas com Israel está “cada dia mais próxima”.
Os sauditas condicionam o acordo à assinatura de um pacto de defesa com os Estados Unidos, ajuda no desenvolvimento do seu programa nuclear civil e avanços para a criação de um Estado palestino.
“A paz entre Israel e a Arábia Saudita criará verdadeiramente um novo Oriente Médio”, disse Netanyahu na ONU. Ele citou que os Acordos de Abraão, assinados em 2020 com os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein e depois estendidos a Marrocos e Sudão, “anunciaram o início de uma nova era de paz”, mas o primeiro-ministro israelense destacou “que estamos perto de um avanço ainda mais dramático: uma paz histórica entre Israel e a Arábia Saudita”.
“Essa paz contribuirá muito para acabar com o conflito árabe-israelense. Encorajará outros Estados árabes a normalizarem as suas relações com Israel. Aumentará as perspectivas de paz com os palestinos. Encorajará uma reconciliação mais ampla entre o judaísmo e o islamismo, entre Jerusalém e Meca, entre os descendentes de Isaac e os descendentes de Ismael. Todas essas são bênçãos tremendas”, afirmou Netanyahu.
A respeito de como esses acordos podem viabilizar a paz entre Israel e os palestinos, o premiê argumentou que, quando estes “virem que a maior parte do mundo árabe se reconciliou com o Estado judeu, também eles estarão mais propensos a abandonar a fantasia de destruir Israel e a finalmente abraçar o caminho da paz genuína com ele”.
Netanyahu também falou sobre a “maldição” da possibilidade de o Irã concluir o desenvolvimento de armas nucleares e pediu aumento da pressão internacional sobre Teerã.
“Há oito anos, as potências ocidentais prometeram que se o Irã violasse o acordo nuclear, as sanções seriam reativadas”, disse o premiê. “Bem, o Irã está violando o acordo, mas as sanções não foram reativadas. Para travar as ambições nucleares do Irã, esta política tem de mudar. As sanções devem ser reativadas.”