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Guerra na Ucrânia

Na ONU, Zelensky pede tribunal especial para julgar Rússia e critica países que adotam neutralidade

Em mensagem por vídeo, presidente ucraniano citou o Brasil ao pedir reformulação da ONU e mudanças na composição do Conselho de Segurança (Foto: Reprodução/ONU)

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Em discurso à Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu nesta quarta-feira (21) que os países estabeleçam um teto de preços para o petróleo e o gás russos e que seja criado um tribunal especial da ONU para julgar a Rússia.

Segundo o líder ucraniano, o país governado por Vladimir Putin também deveria ser privado de seu direito de veto no Conselho de Segurança da organização.

A respeito da primeira medida, Zelensky argumentou que as exportações de energia têm financiado o esforço de guerra russo na Ucrânia, na invasão iniciada em fevereiro. “Limitar preços é proteger o mundo. Mas o mundo vai aceitar? Ou vai ficar com medo?”, afirmou, em mensagem de vídeo transmitida na assembleia em Nova Iorque.

Sobre o terceiro pedido, o presidente ucraniano citou o Brasil ao pedir uma reformulação da ONU. “Há um desequilíbrio quando a África, a América Latina, a maior parte da Ásia, a Europa Central e Oriental concordam com o direito de veto, que elas próprias nunca tiveram. E é disso que a Ucrânia está falando. E vocês já ouviram a Rússia falar disso? Mas ela é um membro permanente do Conselho de Segurança. Por algum motivo. Por alguma razão, não são Japão e Brasil, nem Turquia ou Índia, nem Alemanha ou Ucrânia. Chegará o dia em que isso será resolvido”, afirmou.

O presidente ucraniano citou a ameaça representada pelos ataques russos na região de usinas nucleares da Ucrânia e a descoberta de centenas de corpos numa vala comum em Izyum, no leste do país, após a saída das tropas russas. Também condenou os referendos que serão realizados a partir desta semana em regiões ocupadas pelo Kremlin para que sejam anexadas pela Rússia.

Zelensky criticou os países que não têm apoiado a Ucrânia, argumentando que “aqueles que falam de neutralidade querem dizer outra coisa”. “Eles fingem proteger alguém, mas na realidade apenas protegem seus próprios interesses”, disparou.

Por fim, o presidente ucraniano argumentou que está disposto a negociar a paz com a Rússia, mas com a condição de que a integridade territorial da Ucrânia seja assegurada. E ironizou o fato de a Rússia ter anunciado nesta quarta-feira a mobilização de 300 mil reservistas e ameaçado usar armas nucleares para “defender” seu território.

“Eles falam sobre as negociações, mas anunciam uma mobilização militar. Eles falam sobre as negociações, mas anunciam pseudo-referendos nos territórios ocupados”, criticou, argumentando que a Ucrânia está preparada para “uma paz verdadeira, honesta e justa – é por isso que o mundo está do nosso lado”.

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