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Candidato presidencial democrata Joe Biden fala durante um comício de campanha drive-in no estacionamento do Ampitheatre Cellairis, em 27 de outubro de 2020, em Atlanta, Geórgia| Foto: Drew Angerer/Getty Images/AFP

No mundo dos negócios, há um ditado que diz que o desempenho anterior é o melhor indicativo dos resultados futuros. Acredito que esse ditado serve para os candidatos a presidente dos Estados Unidos e suas políticas energéticas.

Pense nos quatro anos do primeiro mandato do presidente Donald Trump, período em que as promessas feitas foram cumpridas. Os Estados Unidos hoje gozam de independência e segurança no setor de energia, água e ar limpos, gás natural abundante e preços razoáveis na bomba de gasolina.

Mas, se o debate entre os candidatos na semana passada serviu para alguma coisa foi para mostrar que uma vitória de Biden poria fim à prosperidade energética atual dos Estados Unidos. Ao admitir para todo o país que ele acabaria com a indústria de petróleo e gás norte-americana, Biden provou ser um grande defensor do Green New Deal. E isso é uma catástrofe para todas as famílias norte-americanas.

As afirmações de Biden no debate são apenas o exemplo mais recente de seu histórico comprometedor no setor de energia, uma história de 47 anos, que teve início quando o ex-senador chegou a Washington.

Hoje todo mundo quer falar de mudanças climáticas – e Joe Biden é exaltado por muitos como o salvador. Mas a história conta algo bem diferente. Afinal, foram Biden e os democratas que votaram a favor da Lei de Uso de Combustíveis de 1978, como parte do plano energético fracassado do governo de Jimmy Carter que provocou enormes danos ambientais.

No fim dos anos 1970, a administração Carter trabalhava sob a premissa de que os EUA em breve ficariam sem petróleo e gás. Era uma mentalidade de escassez versus abundância. Num discurso dramático à nação, Carter chegou a alertar: “A não ser que haja mudanças profundas para se diminuir o consumo de petróleo, hoje acreditamos que no começo dos anos 1980 o mundo precisará de mais petróleo do que é capaz de produzir”.

Poço de fraturamento hidráulico na Capitan Energy, em 7 de maio de 2020 em Culberson County, Texas | Foto: Paul Ratje/AFP
Poço de fraturamento hidráulico na Capitan Energy, em 7 de maio de 2020 em Culberson County, Texas | Foto: Paul Ratje/AFP| AFP

Como sabemos hoje, ele estava completamente enganado. Ainda assim, durante dez anos, a Lei de Uso de Combustíveis exigiu que as empresas norte-americanas de energia abandonassem o petróleo e o gás, mais limpos, e adotassem exclusivamente o carvão. O carvão tem uma densidade de carbono 1,7 vez maior do que o gás natural, então inegavelmente a lei contribuiu para agravar as mudanças climáticas. Ela também ajudou a criar chuva ácida.

Biden e os deputados democratas apoiaram a nova legislação apesar de todos os alertas, incluindo uma Declaração de Impacto Ambiental do Departamento de Energia, que falava dos “impactos ambientáveis inegáveis” de se substituir o petróleo e o gás pelo carvão. Eles apoiaram a lei ainda que os especialistas dissessem que o gás natural seria mais abundante se algumas regulamentações fossem revogadas.

A administração Reagan acabou por eliminar essas medidas, mas depois de uma década de poluição o estrago estava feito. Os Estados Unidos pegaram a tecnologia de produção de energia baseada no carvão e a venderam para o mundo todo, e ainda fazemos isso hoje em dia. A China atualmente está construindo ou planeja construir mais de 300 usinas a carvão no mundo todo, a despeito da péssima qualidade do ar em muitos desses lugares.

Quanto à exploração por fraturamento hidráulico (fracking), Biden é um vira-casaca. Hoje ele diz que não vai proibir a tecnologia, mas tampouco vai permitir que novos poços sejam abertos. Ora, se novos poços não forem abertos, em algum momento não haverá mais fraturamento hidráulico. Ele tenta vender seu plano de energia limpa ao custo de US$2 trilhões, mas ao mesmo tempo planeja excluir o gás natural da matriz energética nos próximos 15 anos. O povo norte-americano não é tão ingênuo.

Os Estados Unidos têm que tomar uma decisão. Estamos preparados para nos sujeitar a regimes desonestos, pagando US$6 pelo galão de gasolina e sofrendo a perda de milhares de empregos? Ou aceitaremos que a energia é abundante e todas as liberdades decorrentes disso?

O passado dos Estados Unidos serve para prever o futuro. Tendo isso em mente, o histórico de Biden deveria assustar todos os que se preocupam com o país e o futuro. Ele é um desastre.

*Harold Hamm é presidente-executivo do Conselho para uma América Segura, presidente da Aliança Doméstica de Produtores de Energia e fundador e presidente da Continental Resources.

©2020 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.

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