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Religião

Na Turquia, Papa prega a união das igrejas

Istambul – O Papa Bento XVI colocou ontem a união das correntes cristãs no topo de sua agenda, durante uma missa celebrada na Catedral do Espírito Santo, a principal igreja católica da Turquia. Último compromisso do Papa na visita de quatro dias ao país, a missa foi assistida pelos patriarcas ortodoxos grego e armênio, e por pastores protestantes, além de cerca de mil fiéis, que encheram a igreja e o pátio à sua frente, na nunciatura do Vaticano em Istambul.

Bento XVI lembrou que há 27 anos, na mesma catedral, seu antecessor, João Paulo II, fez um voto de que "a aurora do novo milênio pudesse erguer-se sobre uma igreja em plena unidade".

Isso, observou Bento XVI, "ainda não ocorreu, mas o desejo do Papa é sempre o mesmo, colocando a perspectiva ecumênica acima das preocupações eclesiais".

Na última de uma série de homenagens aos líderes ortodoxos, com os quais se reuniu na quarta e na quinta-feira em Istambul, Bento XVI disse que a presença de Bartolomeu I, patriarca ortodoxo grego, e de Mesrob II, o patriarca armênio, "honrava toda a comunidade católica".

Na homilia em francês, a língua dos padres salesianos que trabalham na pequena catedral, Bento XVI também falou da relação entre muçulmanos, que são 99,8% da população turca, e cristãos. "Suas comunidades conhecem o humilde caminho com aqueles que não compartilham nossa fé, mas que declaram ter a fé de Abraão, e que adoram, como nós, o Deus único e misericordioso’", disse.

A imprensa turca interpretou ontem uma declaração conjunta firmada por Bento XVI e por Bartolomeu I, na quinta-feira, como um recuo do Papa em relação ao apoio dado na terça-feira à candidatura da Turquia à União Européia (UE).

Depois de defender a liberdade religiosa no interior da UE, a declaração diz: "Na Europa, os cristãos ortodoxos e os católicos romanos, ao mesmo tempo em que continuam abertos a outras religiões e a sua contribuição à cultura, devem unir esforços para salvaguardar raízes, tradições e valores cristãos." Para a imprensa turca, tanto a defesa da liberdade religiosa – posta em dúvida na secular Turquia - quanto a associação entre a identidade européia e o cristianismo indicam restrições à entrada do país na UE.

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