O enviado egípcio aos Estados Unidos, disse no domingo que o tratado de paz com Israel continuará valendo porque ele beneficia o Egito, enquanto que o ministro da Defesa israelense afirmou que não via nenhum risco ao relacionamento bilateral.

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Em participações em programas de TV americanos, os dois salientaram a continuidade do relacionamento, na esteira da renúncia do presidente egípcio Hosni Mubarak na sexta-feira, que deixou uma profunda incerteza e grandes desafios para a política americana no Oriente Médio.

O embaixador do Egito nos EUA, Sameh Shoukry, disse ao programa "This Week", da rede ABC, que o tratado de paz com Israel tem sido benéfico para o seu país por trinta anos e que ele espera que continue valendo, como afirmaram os líderes militares, no Cairo.

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"Colhemos dividendos de paz a partir do tratado", afirmou Shoukry. "Fomos capazes de estabelecer a segurança e a estabilidade na região. E acredito que isso seja um elemento fundamental para a nossa política externa."

O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, numa entrevista gravada para o mesmo programa, expressou cautela sobre a força potencial do grupo Irmandade Muçulmana do Egito em qualquer eleição que ocorra, mas disse que não vê uma ameaça nas relações entre o Egito e Israel.

"Não acho que o relacionamento entre Israel e Egito... esteja em risco, ou que qualquer risco operacional esteja à espreita, na esquina", ele disse.

Barak afirmou que não achava que a revolta no Egito foi "algo parecido com os acontecimentos iranianos", que criaram um estado Islâmico linha dura e que é um inimigo declarado de Israel.

"Não foi algo organizado por grupos extremistas radicais de origem muçulmana", ele disse. "Acho que eles (egípcios) precisam ouvir as vozes do resto do mundo."

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Embora observando que a Irmandade Muçulmana não foi a instigadora dos protestos que destituíram Mubarak, Barak manifestou a desconfiança do seu país de que o grupo esteja mais bem posicionado do que os manifestantes idealistas para ganhar as eleições no Egito.

"Depois, mais cedo ou mais tarde, o único grupo que é coerente, focado, pronto para matar ou morrer, se necessário, assume o poder", disse ele.

"Isso deve ser evitado no Egito, pois poderia ser uma catástrofe para toda a região."

Barak acrescentou, no entanto, que "não devemos compará-los levianamente aos... grupos mais extremistas... é uma versão egípcia. Muito deles não são tão extremistas."

Shoukry disse à ABC que os interesses do Egito ditaram seus laços com os EUA e que Washington pode contar com o apoio do Cairo na região.

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"Essas questões são movidas por interesses mútuos, pelos interesses egípcios, e o interesse continua sendo uma associação estreita com os EUA", ele disse.