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O presidente Lula insistiu que a questão nuclear iraniana deve ser resolvida com negociação, em entrevista publicada neste domingo (11) pelo jornal espanhol "El País".

A entrevista sai na véspera da reunião de cúpula sobre segurança nuclear, nos Estados Unidos, da qual o presidente brasieiro vai participar.

Lula afirmou que quer "conversar" com seu colega iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, "até o último minuto", sobre o programa nuclear de Teerã.

"Não se pode partir do preconceito de que Ahmadinejad é um terrorista que é preciso ser isolado", disse Lula. "Temos de negociar."

"O único limite à posição do Brasil é o respeito às resoluções das Nações Unidas, que meu país cumprirá", afirmou, no entanto.

O Paquistão "tem a bomba atômica, Israel também. É compreensível que quem se sinta pressionado por essa situação possa pensar em criar a sua. Não temos direito de pôr ninguém contra a parede, e dizer ou tudo ou nada", declarou Lula.

O Irá insiste em desenvolver um programa nuclear, apesar da oposição da ONU e das potências, que estudam impor novas sanções ao país.

Os países temem que Teerã use o programa para fins militares. O governo iraniano insiste que seu obbjetivo é gerar energia para fins pacíficos.

O Brasil, com assento provisório no Conselho de Segurança da ONU, se opõe à imposição de mais sanções.

"É preciso que os iranianos saibam que podem enriquecer urânio para fins pacíficos e que nós tenhamos a tranquilidade de que é só para usos pacíficos", disse Lula na entrevista.

Lula também disse que vai questionar o presidente dos EUA, Barack Obama, sobre o tratado de desarmamento nuclear firmado esta semana entre americanos e russos.

"Vou perguntar a ele qual é o significado do acordo sobre desativação de ogivas nucleares", disse. "Desativação de quê? Porque se estamos falando de desativar o que já estava "caduco", não tem sentido. Eu tenho em casa uma caixa de remédios que eu vou jogando fora quando perdem a validade. Ou falamos a sério de desarmamento, ou não podemos admitir que exista um grupo de países armados até os dentes e outros desarmados."

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