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Forças de segurança removem corpo de insurgente em Cabul: diversos incidentes foram relatados dia antes de eleição | Adrees Latif / Reuters
Forças de segurança removem corpo de insurgente em Cabul: diversos incidentes foram relatados dia antes de eleição| Foto: Adrees Latif / Reuters

Ameaças de violência por parte da milícia fundamentalista islâmica Taleban e rumores de fraude lançam uma sombra sobre as eleições presidenciais desta quinta-feira (20) no Afeganistão. A véspera do pleito foi marcada por novos incidentes de violência.

Em um dos episódios, três insurgentes invadiram uma agência bancária em Cabul em uma tentativa de assalto. Policiais, porém, chegaram ao local e mataram os ladrões em uma troca de tiros. Em outros incidentes, uma onda de ataques matou pelo menos seis funcionários encarregados de organizar as eleições restando apenas um dia para o pleito presidencial. Ao mesmo tempo, o exército dos Estados Unidos anunciou a morte de mais seis de seus soldados, o que torna agosto o mais sangrento mês para os militares americanos no Afeganistão desde 2001, quando começou a guerra.

O assalto em Cabul ocorreu um dia após dois ataques militantes na capital, incluindo um com foguetes contra o palácio presidencial. No sábado, um atentado na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em Cabul deixou sete mortos.

O presidente Hamid Karzai enfrenta mais de 30 adversários na disputa. O que tem mais chances na disputa é seu ex-ministro de Relações Exteriores Abdullah Abdullah. Insurgentes islamitas ameaçam os cidadãos que participarem das eleições, um passo importante na campanha do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em reverter a guerra no país.

O chefe da agência eleitoral afegã afirmou, nesta quarta-feira, que 20% dos materiais para a realização das eleições ainda não haviam sido entregues. DaoudAli Najafi disse que helicópteros do Exército afegão seriam usados para entregar os equipamentos em áreas inseguras e de difícil acesso.

Insurgentes lançaram vários ataques contra funcionários eleitorais, matando pelo menos seis deles. Em uma região considerada segura, quatro funcionários foram mortos na terça-feira por uma bomba, em uma rodovia 30 quilômetros distante da capital da província do Badaquistão. Outros dois funcionários foram mortos no distrito de Shorabak, na província de Kandahar, na terça-feira, quando o veículo deles foi atingido por outra bomba, segundo Abdul Wasai Alakozai, chefe eleitoral para o sul do Afeganistão.

Também nesta quarta-feira, uma bomba detonada por controle remoto explodiu pela manhã perto de um veículo que entregada material eleitoral a um centro de votação no distrito Chaparhar, a província de Nangarhar, leste do país, disse Ahmad Zia Abdulzai, porta-voz do governo local. O motorista ficou levemente ferido, mas o material de votação não ficou danificado, disse ele. Forças de segurança detiveram o homem que detonou o artefato, disse Abdulzai.

O Ministério do Interior afegão informou que aproximadamente um terço dos afegãos correm sério risco de um ataque militante. Não haverá urnas em oito distritos afegãos controlados por militantes.

No assalto a banco, três homens armados invadiram a agência de um banco paquistanês na manhã desta quarta-feira localizada num setor da cidade velha de Cabul que ainda está em ruínas devido à guerra civil da década de 1990. O barulho da troca de tiros e pequenas explosões reverberaram pela cidade por várias horas.

Abdul Ghafar Sayedzada, chefe da unidade de investigações criminais de Cabul, disse que a polícia por fim entrou no prédio e matou os três "terroristas". Poucos civis estavam na área porque o ministérios e negócios estavam fechados nesta quarta-feira em razão do feriado da independência do Afeganistão da Grã-Bretanha.

O porta-voz do Taleban, Zabiullah Mujahid, disse que 20 suicidas usando coletes explosivos haviam entrado em Cabul e cinco deles entraram em confronto com a polícia. A afirmação não pôde ser confirmada, mas nos últimos meses o Taleban tem realizado vários ataques envolvendo grupos de insurgentes que atacam importantes prédios do governo.

Os mais recentes ataques são uma mostra de que o Taleban e seus aliados militantes estão determinados a atrapalhar as eleições de quinta-feira. A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, afirmou na terça-feira que o aumento da violência insurgente é uma tentativa deliberada para intimidar eleitores.

Abdul Jalal, um lojista das proximidades do ataque desta quarta-feira em Cabul, disse que se a violência continuar na quinta-feira, ele e sua mulher não vão votar. "Amamhã, nós pretendemos ir ao centro de votação", disse Jalal. "Mas se for como hoje, não iremos votar. As eleições são boas para o Afeganistão, mas a segurança é mais importante".

Os ataques pelo país aumentaram nos últimos dias, segundo um porta-voz da Otan. O funcionário apontou que o número subiu de 32 para 48 no período. Apesar disso, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, encorajou os afegãos para que votem e disse que sua participação "vai trazer frescor à vida política do país e reafirmar seu compromisso para contribuir para a paz e prosperidade do país".

O próximo presidente vai enfrentar desafios em várias frentes: o aumento da insurgência do Taleban, divisões políticas internas, tensões étnicas, desemprego, o tráfego de drogas no país e a corrupção. As informações são da Associated Press.

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