Tóquio (Das agências internacionais) O primeiro-ministro do Japão, Junichiro Koizumi, visitou ontem o templo xintoísta de Yasukuni, em Tóquio, um centro do nacionalismo japonês. Neste local, é prestado culto a 2,5 milhões de mortos em combate e a 14 criminosos de guerra. Foi a quinta visita de Koizumi ao local. Como nas ocasiões anteriores, o gesto do premier foi alvo de protestos dentro e fora do país. Koizumi é associado ao passado militarista e imperialista do Japão no Extremo Oriente e a visita a Yasukuni elevou o tom das críticas nos setores da sociedade japonesa que o acusam de escutar os setores ultranacionalistas de seu partido, o liberal-democrata (PLD).
Em Yasukuni se presta homenagem a 2,5 milhões de mortos em conflitos armados ocorridos entre 1853 e o fim da 2.ª Guerra Mundial, especialmente nas invasões de países vizinhos, como Coréia do Sul, China e Taiwan. Na década de 70, surgiu a polêmica quando se incorporou ao panteão de Yasukuni 14 criminosos de guerra, a maioria justiçados ao terminar a última Guerra Mundial.
Declaração
Para irritação ainda maior da opinião pública, o ministro japonês de Assuntos Internos, Taro Aso, disse que o Japão é um país de "uma só raça". Fontes ligadas ao ministro declararam ontem que Aso fez tais afirmações em um discurso pronunciado no sábado na inauguração do Museu Nacional de Kyushu, na província de Fukuoka, sudoeste do Japão.
O Japão é um país que tem "uma nação, uma civilização, uma linguagem, uma cultura e uma raça. Isto não ocorre em outras nações", afirmou Aso, também ministro das Comunicações.
Tais declarações são similares às realizadas em 1986 pelo então primeiro-ministro do Japão, Yasuhiro Nakasone, que disse então que o Japão é uma "nação homogênea".
Esta frase provocou azedas críticas entre os "ainu", um povo indígena deste país cujos últimos representantes vivem no norte do Japão, na ilha de Hokkaido.
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