Um encontro entre Dilma Rousseff e o presidente Barack Obama estava marcado para a tarde de sábado (11), em meio às atividades da 7.ª Cúpula das Américas, na Cidade do Panamá.
Na sexta-feira (10), para um auditório lotado de ativistas e cidadãos de 33 países do continente, no Fórum da Sociedade Civil paralelo à cúpula, Obama afirmou que ficou no passado o tempo em que os EUA interferiam impunemente na América Latina para impor sua agenda.
Ele, porém, salientou que Washington irá sempre se pronunciar contra violações de direitos humanos e de princípios democráticos fundamentais, porque têm “obrigação moral”, e mandou um recado aos presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e de Cuba, Raúl Castro, cujas políticas domésticas são alvos de críticas por parte dos EUA: “Nações fortes não temem cidadãos ativos”.
“Quando virmos o espaço da sociedade civil se fechar, trabalharemos para abri-lo. Quando forem feitos esforços para separá-los do mundo, tentaremos conectá-los. Quando vocês forem silenciados, denunciaremos a seu favor. E, quando forem reprimidos, queremos fortalecê-los, estaremos a seu lado no trabalho por mudança. Respeitamos as diferenças entre os nossos países. Os dias em que o pressuposto da nossa agenda no hemisfério era que podíamos interferir impunemente, esses dias estão no passado”, disse Obama.
Os EUA vivem momento de tensão com a Venezuela, devido à repressão violenta do governo de Nicolás Maduro a manifestantes e à oposição e também às sanções impostas pela Casa Branca contra venezuelanos.
Com Cuba, as relações estão sendo retomadas.
Na sexta-feira (10), momentos antes da abertura da Cúpula, Obama e o colega cubano Raúl Castro deram o histórico primeiro aperto de mãos desde que os dois países, rompidos desde 1961, anunciaram em 17 de dezembro o restabelecimento das relações diplomáticas. O encontro informal aconteceu no saguão do Centro de Convenções Atlapa.