As ações violentas cometidas no Iraque pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), incluídos assassinatos, execuções, conversões forçadas, sequestros, violência sexual e tortura, equivalem a crimes contra a humanidade, disse ontem a ONU.
Em uma sessão de emergência do Conselho de Direitos Humanos da ONU para abordar a situação no Iraque, a responsável adjunta do Alto Comissariado dos Direitos Humanos, Flavia Pansieri, expôs as evidências recolhidas pelo organismo sobre os abusos cometidos pelos extremistas.
Pansieri afirmou ainda que as forças de segurança iraquianas e grupos armados que se opõe ao EI também cometeram violações dos direitos humanos que "podem equivaler a crimes de guerra".
O exército iraquiano, milícias afins e forças curdas, com apoio militar dos Estados Unidos, lutam contra o grupo terrorista, que mantém o controle de extensas áreas das províncias de Anbar, Ninawa, Salah al-Din e Diyala, no norte do Iraque. Os insurgentes do EI, que proclamou o estabelecimento de um califado nas zonas sob seu domínio, entre o norte iraquiano até a província de Al-Raqqah, na vizinha Síria, concentraram sua crueldade contra as minorias étnicas e religiosas.
"Muitos foram diretamente assassinados, outros sitiados e privados de alimentos, água e remédios", denunciou Panseri. Segundo a funcionária da ONU, pelo menos mil yazidis, uma das minorias mais afetadas, foram mortos e 2.750 sequestrados ou escravizados nas últimas semanas.