O Vaticano alertou neste domingo que não há nada de "revolucionário" na afirmação do papa Bento XVI de que o uso da camisinha em circunstâncias excepcionais pode ser um ato responsável no combate à disseminação do HIV.
O principal porta-voz da Santa Sé, reverendo Federico Lombardi, divulgou um comunicado destacando que o comentário do papa que está num livro que será publicado nesta terça-feira não "reforma nem muda" os ensinamentos da Igreja, que proíbe o uso de preservativo e outros métodos contraceptivos. Bento XVI tampouco está "justificando moralmente" o exercício ilimitado da sexualidade, acrescentou Lombardi.
O papa acredita que o uso de camisinha para diminuir o risco de infecção é a "primeira assunção de responsabilidade", diz o comunicado, usando um trecho do livro. "O raciocínio do papa não pode de modo algum ser definido como uma mudança revolucionária" disse o porta-voz.
Bento XVI falou em entrevista a um jornalista alemão. O jornal do Vaticano L'Osservatore Romano divulgou no sábado (20) trechos do livro "Luz do Mundo", três dias antes da publicação.
Na entrevista, Bento XVI afirmou que em certos casos, como prostituição masculina, o uso da camisinha pode ser um primeiro passo em assumir responsabilidade moral para conter a disseminação do vírus que causa a Aids.
Lombardi destacou que o papa enfatizou a principal recomendação da Igreja na luta contra a Aids - a abstinência sexual e fidelidade entre os que são casados. O porta-voz citou as palavras de Bento XVI de que a Igreja "não considera isso (o uso de preservativo) como solução real ou moral". "Com isso, o papa não está reformando ou mudando o ensinamento da Igreja, mas reafirmando-o, colocando-o no contexto do valor e da dignidade da sexualidade humana como expressão de amor e responsabilidade" disse o porta-voz.
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