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Morales é recebido com flores no aeroporto de El Alto depois de um périplo desde a Rússia | Martin Alipaz/Efe
Morales é recebido com flores no aeroporto de El Alto depois de um périplo desde a Rússia| Foto: Martin Alipaz/Efe

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Unasul tomará decisão sobre a "humilhação" sofrida por boliviano

Presidentes e ministros da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) se reuniriam ontem à noite, em Cochabamba, para discutir o tema. O presidente do Equador, Rafael Correa, disse que o encontro deve tomar decisões ante à humilhação sofrida por Morales.

"Vamos à Bolívia dar um abraço solidário ao nosso irmão Evo Morales, à nossa querida Bolívia, mas também tomar decisões e demonstrar que não vamos aceitar este tipo de humilhações a nenhum país da nossa América", disse Correa, que propôs a reunião, antes de embarcar. O encontro contaria com os presidentes da Venezuela, da Argentina, do Uruguai e do Suriname, além de representantes de outros países, como o Brasil.

O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse ontem que as desculpas dos países europeus que proibiram o uso de seu espaço aéreo na terça-feira, quando ele retornava de Moscou a La Paz, "não bastam", e anunciou que seu país tomará medidas diante de organismos internacionais.

"Não bastam apenas as desculpas de algum país que não nos deixou passar por seus territórios", disse Morales, que retornou às suas atividades oficiais, com um ato público na zona central de Chapare, depois de chegar a La Paz na quarta-feira procedente de Viena.

Ele disse que seu governo buscará "o respeito" aos tratados e às normas internacionais para respaldar sua reivindicação perante os organismos externos.

"Muito dependerá do debate jurídico e político, mas também do debate do ponto de vista dos direitos", disse o líder boliviano.

A Bolívia acusa França, Espanha, Itália e Portugal de revogarem temporariamente as autorizações de voo quando Morales viajava da Rússia a La Paz, diante das suspeitas de que transportava o ex-técnico da CIA Edward Snowden, que revelou um megaesquema de espionagem do governo dos EUA.

Apenas o ministério das Relações Exteriores francês manifestou seu pesar pelo contratempo, enquanto o presidente François Hollande disse que autorizou imediatamente que o avião boliviano sobrevoasse a França quando soube que o presidente Morales estava a bordo.

Depois das reações bolivianas, Lisboa, Madri e Roma autorizaram que a aeronave presidencial atravessasse o espaço aéreo do país, podendo retornar a La Paz.

Morales ressaltou que o ocorrido "não é uma casualidade" e nem "um erro", mas "parte das políticas de seguir amedrontando o povo da Bolívia e da América Latina".

Viagem

O presidente Evo Morales chegou à Bolívia na noite de quarta-feira. Ele desembarcou no aeroporto de El Alto, vizinha a La Paz, às 23h39 locais (0h39 de ontem pelo horário de Brasília), quase 17 horas após partir de Viena, na Áustria, onde realizou um pouso de emergência depois de sair de Moscou, na Rússia. Ele teve de esperar 13 horas em Viena para seguir viagem. O Falcon da Força Aérea Boliviana realizou escalas técnicas em Fortaleza e na ilha de Gran Canária, depois de receber autorização do governo espanhol na manhã de quarta para sobrevoar seu espaço aéreo. Com uma expressão de cansaço e emocionado, o líder recebeu muitos colares de flores e cachecóis artesanais das pessoas que o esperavam no desembarque do aeroporto.

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