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José Alberto Mujica, conhecido popularmente como Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai entre 2010 e 2015 (Foto: Arquivo Gazeta do Povo)
José Alberto Mujica, conhecido popularmente como Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai entre 2010 e 2015 (Foto: Arquivo Gazeta do Povo)| Foto:

O ex-presidente do Uruguai José "Pepe" Mujica disse nesta quarta-feira (1°) que os manifestantes venezuelanos não deveriam ficar na frente dos veículos blindados quando perguntado sobre a violência que marcou os últimos dois dias de protestos.

Durante ato do Dia do Trabalho em Montevidéu, um repórter perguntou ao político de esquerda o que ele pensava sobre as tanquetas da Guarda Nacional Bolivariana -grandes veículos blindados que têm sido utilizados na repressão aos protestos anti-Nicolás Maduro.

"[Os manifestantes] não deveriam ficar na frente das tanquetas", respondeu Mujica.

Desde o início dos protestos, na manhã de terça (30/4), duas pessoas morreram. Samuel Méndez, 24, morreu na terça (30/4) após participar de protestos no estado de Aragua, e Jurubith Rausseo, 27, morreu nesta quarta após levar um tiro na cabeça na praça de Altamira, em Caracas.

Ao menos 78 pessoas ficaram feridas na Venezuela na quarta em decorrência dos confrontos entre manifestantes contrários ao ditador Nicolás Maduro e as forças leais ao regime, informou a Assembleia Nacional (de maioria opositora).

Segundo a deputada Manuela Bolívar, 89 manifestantes foram detidos pelo regime em todo o país. Na terça, outras 150 pessoas tinham sido presas.

Ainda de acordo com a parlamentar, protestos ocorreram em 397 pontos no país e as forças do regime reprimiram 23 desses atos.

No início de fevereiro, o ex-presidente do Uruguai afirmou em entrevista ao serviço de notícias em espanhol da BBC que, para evitar que a crise na Venezuela termine em uma guerra, é preciso haver eleições gerais no país.

Embora ele tenha mantido uma relação próxima como o ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez, que morreu em 2013, Mujica evita se posicionar sobre Nicolás Maduro.

Entretanto, na ocasião, ele reconheceu que "o regime venezuelano" prejudicou a esquerda na América Latina. "Parte da esquerda não aprende as lições da história", criticou.

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