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O ex-secretário-geral do Itamaraty, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, negou hoje em São Paulo que a decisão da Venezuela de adiar indefinidamente a posse de Hugo Chávez para seu novo mandato viole princípios democráticos, como diz a oposição do país.

"É preciso lembrar que o presidente Chávez foi reeleito e que cada país tem suas peculiaridades, seu Judiciário. Não cabe a mim, e nem a outro país, dizer como a Venezuela deve ser. Não houve nenhuma ruptura da carta da OEA [Organização dos Estados Americanos]. Não houve um golpe, Chávez foi reeleito", disse.

O embaixador, ex-alto representante para o Mercosul, é um dos participantes de um encontro sobre desenvolvimento e integração na América Latina promovido pelo Instituto Lula, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no hotel Sofitel, na zona sul de São Paulo.

Pinheiro Guimarães, citado por Chávez como uma referência para a doutrina de integração regional, se mostrou otimista quanto à recuperação do venezuelano, internado em Cuba há mais de um mês."Tenho certeza de que o presidente Chávez vai se recuperar. Já anunciaram tantas vezes que ele não iria se recuperar", disse o embaixador, citando casos em que jornais chegaram a publicar a notícia da morte do ex-ditador cubano Fidel Castro.

Embaixador considerou "remotíssimas" as chances de a oposição da Venezuela ter uma vitória eleitoral se houver novas eleições presidenciais - a serem convocadas em caso de morte ou renúncia de Chávez.

"Até pelas próprias circunstâncias a oposição teria grande dificuldades de ganhar eleições", afirmou ele, que elogiou a escolha do vice Nicolás Maduro como candidato governista à sucessão."[Maduro] foi presidente do Congresso, foi ministro das Relações Exteriores muito tempo, foi líder sindicalista, foi motorista de ônibus. Uma receita boa para saber o que povo passa é frequentar as rodoviárias. Ele teve essa experiência pessoal, o que é diferente", disse.

"É uma pessoa muito inteligente, muito articulada, com muita capacidade de construir consenso e de toda a confiança do presidente", acrescentou.

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