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O governo de Israel afirmou nesta segunda-feira (19) que não recuará depois de declarar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva "persona non grata" por equiparar a ofensiva à Faixa de Gaza com o Holocausto, depois que o Brasil chamou seu embaixador em Tel Aviv para consultas e convocou o embaixador israelense em Brasília.
"Não seremos intimidados até que o presidente brasileiro Lula se desculpe e retire sua incitação antissemita contra o povo judeu e Israel", declarou o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, em sua conta no X (antigo Twitter).
Katz observou que, até que um pedido de desculpas ocorra, o petista "será uma pessoa indesejada no Estado de Israel".
Com essas declarações, o chefe da diplomacia israelense reagiu à notícia de que o governo brasileiro chamou seu embaixador em Tel Aviv para consultas, ao mesmo tempo em que convocou o embaixador israelense em Brasília, Daniel Zonshine, em uma crescente crise diplomática entre os dois países, à medida que a ofensiva militar de Israel contra o grupo terrorista Hamas continua na Faixa de Gaza.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, convocou o embaixador israelense para comparecer nesta segunda-feira ao Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro, onde ele participa da reunião dos ministros das Relações Exteriores do G20 na quarta (21) e quinta-feira (22).
Da mesma forma, chamou de volta o embaixador brasileiro em Tel Aviv, Frederico Meyer, que retornará ao país nesta terça-feira (20), depois de ter sido convocado pelo governo israelense nesta segunda-feira para informá-lo sobre a dura resposta do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu aos comentários de Lula.
O governo israelense declarou Lula "persona non grata" por ter comparado a ofensiva israelense na Faixa de Gaza aos crimes de Adolf Hitler contra o povo judeu.
A controvérsia foi desencadeada no dia anterior, quando, em declarações à imprensa durante uma viagem à Etiópia, Lula comparou a campanha militar israelense no enclave palestino ao Holocausto.
"O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus", declarou Lula.