A internet não trouxe para o nosso dia a dia apenas uma série de facilidades, como serviços ofertados com maior rapidez, conforto e variedade. Impactou também diretamente na dinâmica das relações sociais e na maneira como nos comunicamos. As redes sociais on-line são o produto imediato disso: Facebook, Twitter, Instagram, LinkedIn, WhatsApp, para citar as mais populares, tornaram-se extensões da nossa identidade.
Não são apenas extensões virtuais. Quando interagimos de forma mediada com outras pessoas, seja através do telefone ou de uma rede social on-line, acionamos mecanismos reais com os quais tocamos realmente outras pessoas, explica Lucina Viana, coordenadora de cursos no Centro Universitário Curitiba (Unicuritiba).
Códigos
Apesar do impacto real dessa nova instância de comunicação e representação, Luciana explica que utilizamos códigos de conduta distintos em redes sociais off-line e on-line e, sendo as últimas uma forma de comunicação relativamente nova, nós, usuários, ainda estamos nos adaptando às regras. Sempre que expandimos possibilidades, pioramos temporariamente nossa habilidade. Os dispositivos de comunicação expandiram a possibilidade comunicacional de quem os utiliza e proporcionaram espaço de expressão para mais pessoas. Ainda estamos aprendendo, enquanto sociedade, como nos comportar diante de todas essas possibilidades."
Ser social
Na avaliação de Bruno Real Piza, professor de Publicidade e Propaganda no Unicuritiba, o desejo de interagir e se comunicar é parte do ser social; as redes sociais apenas potencializaram a necessidade inerente ao ser humano de se expor e criaram demandas comunicacionais que antes não existiam.
Não há necessidade de salvar tudo, registrar tudo. Mas as redes criam novas rotinas para atividades cotidianas, avalia Piza. Ele cita como exemplo o Vivino, aplicativo para celular por meio do qual os usuários registram os vinhos que consomem. Eu sempre tomei vinho. Mas agora, além de consumir a bebida, tem esse ritual de fotografar e compartilhar, conta.
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O surgimento de aplicativos como o Vivino, inclusive, marcam um novo momento das redes sociais. Se há alguns anos as primeiras eram atrativas por incentivarem a interação de cada usuário com o maior número possível de pessoas e o compartilhamento de conteúdos diversos, hoje se percebe o caminho inverso: o universo das redes sociais caminha para a segmentação. Percebo que os usuários começam a buscar mais privacidade. Hoje temos redes sociais locais, ferramentas de interação entre pessoas de um mesmo bairro, ou de um condomínio, observa Piza.
Prepare-se para falar e para ouvir
Claro, o perfil é seu e nele você posta o que quiser. Mas lembre-se: suas opiniões podem gerar repercussão e polêmica, esteja preparado para dialogar. Mais importante: cuidado para não publicar conteúdo ofensivo ou criminoso. Aconselho a pesquisar a veracidade do que se divulga e estar bem informado sobre as causas que se abraça ou rechaça, ensina Andrea.
Não gosta de ver dezenas de publicações desinteressantes todos os dias? Então não faça o mesmo: selecione o que vai publicar e compartilhar. E vale para tudo: desde links externos até fotos ou mensagens pessoais. O que você come, onde você vai ou a gracinha que seu pet fez não são interessantes ou engraçados para todos.
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Não seja um ‘reclamão’. Postar apenas críticas ou queixas é muito chato. Além disso, o comentário deve ser bem fundamentado para justificar a postagem. Cuidado para não expor demais a intimidade em momentos de desabafo. Declarações passionais geralmente causam arrependimento.
Cada rede social tem uma proposta de interação e uma política de privacidade. Informe-se sobre a política de privacidade: o provedor terá, sim, acesso às informações que você disponibiliza. Conheça as configurações disponíveis, através delas você pode limitar o acesso de outros usuários ao que você compartilha, por exemplo.
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