A Cúpula sobre o Clima realizada em Nova York esta semana, assim como outros encontros que visam a debater a questão do clima e do meio ambiente, não necessariamente trouxe decisões imediatamente aplicáveis, o que pode, de certa forma, frustrar os imediatistas.
A Cúpula de Nova York faz parte de uma série de negociações internacionais que têm como principal objetivo estabelecer diretrizes para ações conjuntas, além de ressaltar a necessidade de serem assumidos compromissos por parte dos países membros das Nações Unidas. Nesse caso a assunção de compromissos, na prática da ONU, busca mais influenciar e facilitar a instituição de políticas internas mais efetivas na busca por controlar as mudanças climáticas antropogênicas (provocadas pelo ser humano) do que, como gostariam alguns ambientalistas, organizações não governamentais e cientistas, impor de maneira imediata normas que resultem em mudanças radicais no trato internacional à questão climática.
Embora a participação de forma tímida de alguns dos maiores poluidores do mundo e a negativa brasileira em aderir imediatamente a um documento que mais uma vez explicita a necessidade de controlar e fiscalizar de maneira mais efetiva iniciativas de desmatamento ilegal sejam dignas de nota, tal fato não deve ser causa para decretar o fracasso da Cúpula. Esta, como outros encontros havidos no seio da ONU, deve ser entendida como um encontro que fomenta a cooperação internacional e, mesmo sem unanimidade, acaba por determinar importantes diretrizes a serem adotadas, o que certamente influencia políticas internas até mesmo daqueles que saem desgostosos ou com sentimento de terem sido preteridos, como é o caso brasileiro.
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