O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta quarta-feira (20) que seu país não vai dar um passo atrás de seus direitos e sua equipe de negociação vai estabelecer limites em conversas sobre o programa nuclear, que serão retomadas hoje em Genebra.
"Nós insistimos que não vamos recuar um milímetro de nossos direitos", disse Khamenei em um discurso para dezenas de milhares de voluntários da milícia Basij em Teerã, transmitido ao vivo pela TV iraniana Press com tradução em inglês.
Os negociadores do Irã e de seis potências mundiais se encontram para dois dias de conversações na cidade suíça pela segunda vez neste mês, depois de uma primeira rodada de negociações na qual quase se chegou a um acordo.
Khamenei, a figura mais poderosa do Irã, acrescentou que há "linhas vermelhas e limites" que devem ser respeitados, e que os iranianos "não vão sucumbir a nenhuma pressão".
O líder criticou o presidente francês, François Hollande, que assegurou a Israel no domingo que a França continuará se opondo a uma flexibilização das sanções econômicas contra o Irã, até que se convença de que Teerã tenha desistido de fabricar armas nucleares.
Na reunião desta quarta-feira, os negociadores enfrentam forte pressão. O prazo é limitado e os representantes de cada país sabem que um fracasso fortaleceria aqueles que se opõem ao entendimento de ambas as partes.
O que se busca é um acordo provisório de seis meses, durante os quais o Irã e as seis nações (EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha) podem alcançar um acordo que limite o programa nuclear iraniano, para garantir que o governo iraniano não esconda objetivos militares.
De acordo com documentos vazados à imprensa, já existe um esboço de projeto entre duas a três páginas que estabelece a neutralização das atividades nucleares suspeitas em troca de um levantamento parcial e reversível das sanções que pesam sobre a economia do Irã, mas ainda há pontos entre parênteses, o que significa que ainda estão sendo debatidos.
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