O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, iniciou seu discurso nesta segunda-feira (2) no Comitê de Interesses Públicos de EUA e Israel (Aipac) ressaltando que, apesar das diferenças entre os Estados Unidos e seu país, a aliança entre os dois aliados está mais forte do que nunca.
Netanyahu chega a Washington em visita carregada de tensão, em que, apesar de tentar aliviar o atrito com o governo americano, deixou pontos claros da mensagem que trouxe e seu objetivo: evitar um acordo que considera ruim sobre o programa nuclear iraniano.
“Não vim mostrar desrespeito a Obama”, disse Netanyahu em relação ao discurso que deverá fazer no Congresso na terça-feira. “Os relatos de uma morte de que as relações entre EUA e Israel estão mortas não são apenas prematuras, como erradas. A aliança entre EUA e Israel está mais forte do que nunca.”
O primeiro-ministro israelense reforçou seu discurso mostrando o Irã como patrocinador do terrorismo, justificando assim o perigo que uma arma atômica produzida no país representaria. Segundo ele, um Irã nuclear ameaçaria a sobrevivência de Israel, algo que seu país não permitirá. Netanyahu deixou claro que EUA e Israel “discordam sobre como deter” o programa iraniano, mas que já tiveram outros pontos de discórdia antes.
“Desavenças numa família são sempre desconfortáveis. Mas somos sempre uma família”, disse. O premiê lamentou ainda que sua viagem aos EUA tenha ganhado uma conotação política. A controvertida visita de 48 horas gerou polêmica nos EUA, levando a um dos momentos mais sensíveis nas relações entre os dois aliados. A viagem enfureceu a Casa Branca e ao Partido Democrata porque surgiu como um convite da bancada republicana, sem uma consulta prévia ao presidente.