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Impasse

Napolitano descarta novas eleições

Presidente Napolitano diz que a Itália precisa de um governo estável para enfrentar a crise | Thomas Peter/Reuters
Presidente Napolitano diz que a Itália precisa de um governo estável para enfrentar a crise (Foto: Thomas Peter/Reuters)

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, descartou ontem a realização de novas eleições enquanto os partidos do país discutem sobre como formar um governo após a eleição desta semana que resultou num impasse político.

Falando durante uma visita a Berlim, Napolitano disse que a Itália precisa de um governo estável e que não é possível realizar imediatamente uma nova eleição.

"Não estou interessado em voltar a eleições novamente", afirmou ele a jornalistas nos bastidores de um evento na Universidade Humboldt.

O mandato de Napolitano termina em meados de maio, mas ele disse que seu sucessor seria igualmente relutante em convocar uma nova votação.

"Eu duvido que um novo presidente estará pensando apenas em novas eleições. Nós vamos ter que ver como dar à Itália um governo", afirmou o chefe de Estado.

Napolitano fez os comentários no momento em que os três principais blocos no Parlamento estão às voltas com as consequências de uma votação que não deixou nenhum com uma maioria viável, e reavivou temores de um retorno da crise da dívida da zona euro.

Dados econômicos nesta sexta-feira enfatizaram a importância dos problemas que um novo governo terá de enfrentar, com o desemprego entre os jovens subindo para um recorde de quase 39% e a dívida pública em 127% do Produto Interno Bruto.

Sem aliança

O líder da centro-esquerda da Itália, Pier Luigi Bersani, descartou qualquer aliança com o ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi para formar governo de coalizão. Com o anúncio, aumenta o impasse entre os partidos políticos para formar o governo italiano, quatro dias após a eleição parlamentar.

Na entrevista, Bersani não deu margem a uma coalizão com o líder da centro-direita. "Eu quero soletrar claramente: a ideia de uma grande coalizão não existe e nunca vai existir", disse.

Mesmo sem apoio, ele disse que se apresentará ao cargo de primeiro-ministro. Questionado sobre um governo de minoria, disse: "Chame-o de governo minoritário ou de governo de objetivos, eu o chamo de governo de mudança".

O líder de centro-esquerda pretende se apresentar ao presidente Giorgio Napolitano com um programa de sete pontos. Este programa prevê trocar as medidas de austeridade para incentivar o crescimento, aumentar as ajudas estatais e cortes no número de integrantes do governo e em seus salários.

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