Desde março, quando o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, inesperadamente anunciou um programa para levar seres humanos à superfície da Lua até 2024, a NASA vem lutando para conseguir o que muitos consideram ser um feito quase impossível.
Mas a agência deu um passo significativo em direção a essa meta nesta quinta-feira (23), concedendo um contrato a uma empresa para construir o primeiro elemento de uma pequena estação espacial que a agência espacial quer colocar em órbita ao redor da Lua.
A Maxar, uma empresa sediada no Colorado, construirá o que é conhecido como o elemento de potência e propulsão do posto avançado orbital, chamado de Gateway.
Em vez de ir diretamente para a superfície da lua, como foi feito durante o programa Apollo, a NASA quer construir o Gateway, ou portal, para suas missões lunares, que foram batizadas de Artemis. Além do elemento de potência e propulsão, o Gateway poderia ter um habitat para os astronautas; veículos poderiam levar e trazer astronautas para a superfície lunar.
Calendário
Ainda nesta quinta-feira, a NASA revelou o calendário para o programa Artemis, que levará humanos para a Lua pela primeira vez em mais de meio século; oito lançamentos estão previstos.
O nome do novo programa é uma referência à deusa da caça e da Lua na mitologia grega – Artemis, que é irmã gêmea de Apollo, que dá nome à missão lunar original americana.
O administrador da NASA, Jim Bridenstine, confirmou que a Artemis 1 será uma missão não tripulada para a Lua planejada para 2020. Em seguida, Artemis 2 irá orbitar o satélite com uma tripulação em 2022. Por fim, Artemis 3 colocará astronautas no solo lunar em 2024, incluindo a primeira mulher a pisar na Lua.
Além dessas missões, que serão todas executadas pela NASA, haverá outros cinco lançamentos para levar as peças que formarão a mini-estação lunar. Esses lançamentos serão feitos por empresas privadas contratadas pela NASA.
Orçamento
Para cumprir o prazo em 2024, a Casa Branca aumentou seu pedido de orçamento em US$ 1,6 bilhão. Mas não disse quanto custaria todo o programa.
Isso deixou alguns congressistas céticos.
"Ainda temos muitas perguntas não respondidas sobre como alcançar o prazo de 2024", disse a deputada democrata Kendra Horn, presidente do subcomitê que supervisiona a Nasa, em uma entrevista recente.
Ela e outros democratas criticaram o governo pelo plano de retirar os recursos de US$ 1,6 bilhão do programa Pell Grant, que ajuda a tornar a universidade mais acessível.
"Vamos precisar de mais cientistas de foguetes, e não de menos", disse ela. "O Pell Grants é um programa importante".
A Casa Branca disse que o programa Pell Grant está com excesso de recursos. O administrador da Nasa, Jim Bridenstine, disse que nenhum dinheiro seria retirado de outros programas da NASA para financiar as missões Artemis.
Bridenstine disse que o retorno da NASA à Lua foi frustrado não por razões técnicas, mas por causa de "riscos políticos".
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