A Nasa escolheu uma cratera em Marte para onde enviará seu rover Curiosity, um veículo de exploração equipado com um laboratório que será colocado no próximo ano na superfície do planeta para buscar sinais de vida, anunciou ontem a agência espacial americana.
O Curiosity, que custou US$ 2,5 bilhões, explorará a cratera Gale. Nesse local, onde existe uma montanha, os cientistas estudarão a argila e os depósitos de sulfato situados em vários níveis de altitude.
"Os cientistas escolheram a Gale para continuar com seus ambiciosos objetivos dentro desta nova missão", anunciou Jim Green, diretor da divisão da Nasa encarregada do estudo de planetas, com sede em Washington. "O local oferece uma paisagem visualmente espetacular, mas também um grande potencial de descobertas científicas importantes", acrescentou.
Os pesquisadores não esperam que o rover cujo nome oficial é Mars Science Laboratory (MSL) descubra seres vivos e sim sinais de demonstrem que, nas profundidades desse local existiu vida microbiana e água.
A Nasa, que já enviou dois rovers Spirit e Opportunity para explorar a superfície de Marte, espera enviar uma missão com tripulação antes de 2030. O lançamento do Curiosity está previsto para o fim do ano e sua chegada ao Planeta Vermelho programada para agosto de 2012. O anúncio do destino exato do Curiosity chega 35 anos depois da primeira aterrissagem de uma máquina em Marte, a sonda Viking 1, em março de 1976.
Cientistas pedem novas regras para pesquisas
Experiências científicas que inserem genes ou células humanas em animais precisam de novas regras para garantir que sejam eticamente aceitáveis e não resultem na criação de "monstros", conclamaram ontem pesquisadores em Londres. Relatório da Academia Britânica de Ciências Médicas recomenda que o governo crie um grupo de especialistas para trabalhar com o sistema existente de regulação dessas pesquisas, cuidando especialmente das áreas mais sensíveis: as que envolvem cérebro, células germinativas e características tipicamente humanas.
"As pessoas começam a se preocupar quando se trata de cérebro, células germinativas e das características centrais que nos ajudam a reconhecer o que é uma pessoa", disse Martin Bobrow, professor de genética médica na Universidade de Cambridge.
Enquanto "humanizar" animais em nome das pesquisas médicas proporciona valiosas observações de como os corpos humanos trabalham e doenças se desenvolvem, regulações claras são necessárias para que esses procedimentos sejam cuidadosamente controlados. Cenários extremos, como colocar células do cérebro em primatas para criar macacos que falam, podem remeter à ficção científica, mas estudiosos em todo o mundo costumam testar os limites do aceitável.