A Nasa divulgou nesta quinta-feira (20) as imagens feitas pela sonda Cassini durante o quinto e último sobrevoo por Dione, uma das muitas luas de Saturno, na segunda-feira como parte dos preparativos finais da sua missão ao sistema do planeta dos anéis, que já dura mais de dez anos. As fotos feitas pela Cassini mostram uma paisagem gelada, coberta de crateras, e algumas delas exibem a superfície na mais alta resolução obtida até agora.
“Estou emocionada, e sei que todos os outros aqui estão, de ver estas belas imagens da superfície de Dione e seu crescente, e por saber que elas serão as últimas que veremos deste mundo distante por um longo tempo”, comentou Carolyn Porco, líder da equipe de imageamento da Cassini no Instituto de Ciências Espaciais de Boulder, no Colorado, EUA. “Até o fim, a Cassini entregou outro conjunto extraordinário de riquezas. Temos muita sorte”.
Na tarde da última segunda-feira (17), a Cassini passou a meros 474 quilômetros da superfície da lua de Saturno. Mais do que as imagens, porém, o objetivo principal deste último sobrevoo era encontrar sinais evidentes de atividade geológica em Dione. Assim, os instrumentos da sonda coletaram informações sobre seu campo gravitacional para analisar sua estrutura interna e como ela se compara às de outras luas de Saturno, além de mapear áreas em que rasantes anteriores identificaram anomalias térmicas que seriam indícios desta atividade sob sua crosta gelada, capturando o calor emanado de seu interior. E isso tornou mais difícil ainda o trabalho da equipe de imageamento da sonda, que só podia fotografar na direção que a Cassini estivesse apontando para fazer este trabalho.
“Tivemos tempo o bastante de captar apenas umas poucas imagens, que nos deram um bela visão em alta resolução da superfície”, contou Tilmann Denk, cientista da missão junto à Universidade Livre de Berlim. “Pudemos usar a luz do Sol refletida por Saturno como uma fonte de iluminação adicional, o que revelou detalhes nas sombras de algumas das imagens”.
Após visitar outras luas de Saturno até o fim deste ano, uma série de manobras colocará a Cassini em uma órbita polar ao fim de 2016, a partir da qual ela executará vários ousados “mergulhos” na região entre o planeta e seus anéis até ser deliberadamente lançada na sua atmosfera e destruída quando seu combustível estiver próximo de acabar, em setembro de 2017. O objetivo é garantir que a sonda eventualmente não caia em luas como Titã e Encélado, dois locais onde a vida como conhecemos também pode ter se desenvolvido em nosso Sistema Solar, e as “contamine”.
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