Cientistas encontraram evidência de um antigo lago de água doce em Marte, com condições para permitir a vida microbiana, disseram pesquisadores nesta segunda-feira (9).
O lago, localizado dentro da Cratera Gale, onde o jipe-robô da Nasa aterrissou em agosto de 2012, provavelmente cobria uma área de 50 quilômetros de comprimento e 5 quilômetros de largura, embora seu tamanho tenha variado ao longo do tempo.
Análises de depósitos sedimentares recolhidos pelo jipe-robô Curiosity mostram que o lago existiu por melo menos dezenas de milhares de anos, e possivelmente mais tempo ainda, disse o geólogo John Grotzinger, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, de Pasadena, falando a repórteres na União Americana de Geofísica, em San Franscisco.
"Nós percebemos que é um sistema habitável de meio ambiente, que inclui o lago, os cursos d'água a ele ligados e, quando o lago está seco, a água subterrânea", disse ele.
Análises de barro retirado de duas amostras de rocha na área conhecida como Baía de Yellowknife Bay mostram que o lago de água fresca existiu numa época em que outras partes de Marte estavam secas ou pontilhadas de piscinas salgadas, ácidas e rasas inadequadas para a vida.
Em contraste, a Cratera Gale poderia ter permitido uma classe simples de micróbios que se alimentam de rocha, conhecidos como chemolitoautótrofos, que na Terra costumam ser encontrados em cavernas e fontes hidrotermais no fundo do oceano, disse Grotzinger.
Cientistas também afirmaram que o barro, que se forma na presença de água, era mais jovem do que o imaginado â uma descoberta que expande a janela de tempo em que Marte pode ter sido propício à vida.
Estudos anteriores de sondas na órbita de Marte, aterrissagens e prospecções de robôs apontaram crescentes evidências de que no passado Marte foi mais quente, úmido e mais parecido com a Terra. Rochas antigas apresentam as impressões digitais químicas que são indicadores de interações passadas com a água.
A superfície do planeta é repleta de marcas geológicas produzidas pela água, tais como canais, leitos secos de rios, deltas de lagos e outros depósitos sedimentares.
Novos estudos relacionados das explosões de radiação que atingem o planeta estabeleceram novos limites sobre por quanto tempo o carvão orgânico, que até agora não foi encontrado em Marte, poderia ter sido preservado dentro de rochas a 5 centímetros da superfície, que é a profundidade em que o Curiosity perfura.