A Nasa concedeu nesta terça-feira 50 milhões de dólares para cinco empresas privadas, no primeiro passo para implementar o projeto do presidente Barack Obama de transformar o transporte espacial em uma atividade comercial.
O administrador da agência espacial dos EUA, Charles Bolden, rejeitou as críticas de alguns parlamentares que acham que a proposta de Obama vai tirar do país o seu papel proeminente na exploração espacial.
"Não estamos abandonando o voo espacial humano", assegurou Bolden a jornalistas. "Estamos provavelmente em um novo rumo, mas o voo espacial humano está no nosso DNA."
A proposta orçamentária de Obama para 2011, divulgada na segunda-feira, suspende o programa Constellation, lançado no governo de George W. Bush com o objetivo de levar pessoas de volta ao espaço. Por outro lado, o governo prevê gastos de 6 bilhões de dólares ao longo de cinco anos para desenvolver o transporte espacial comercial.
O Poder Executivo imagina que, com essa estratégia, irá criar milhares de empregos e reduzir custos da Nasa.
Alguns parlamentares prometeram lutar para salvar o custoso, mas simbólico, programa lunar. O senador republicano Richard Shelby, do subcomitê orçamentário que trata das verbas da Nasa, disse que o plano de Obama representa a "caminhada da morte" para os voos espaciais tripulados.
Bolden disse que equipes da Nasa estão desenvolvendo um novo plano para a exploração espacial, tendo a Lua, Marte e asteroides como possíveis destinos, mas ainda sem prazos.
"Acho que vamos chegar lá, talvez mais rápido do que iríamos antes", disse Bolden, referindo-se à parceria com a iniciativa privada.
"Estamos deixando o modelo do passado, em que o governo financiava todas as atividades espaciais humanas", afirmou Bolden. "Isso representa a entrada da mentalidade empreendedora em um campo que está destinado a um rápido crescimento e a novos empregos."
Foram selecionadas para o programa as empresas Sierra Nevada, de Louisville, Colorado (com uma verba de 20 milhões de dólares); a Boeing, de Houston (18 milhões de dólares); a United Launch Alliance, de Centennial, Colorado (6,7 milhões); a Blue Origin, de Kent, Estado de Washington (3,7 milhões); e a Paragon Space Development, de Tucson (1,4 milhão).
Além disso, a Nasa já tem contratos com as empresas Space Exploration Technologies e Orbital Sciences Corp para levar cargas até a Estação Espacial Internacional. A Space X e outras firmas também estão desenvolvendo naves que possam colocar passageiros em órbita.
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