A Nasa, agência espacial dos Estados Unidos, está financiando um projeto que tenta viabilizar o uso da antimatéria como combustível das naves espaciais - como na Enterprise de "Jornada nas Estrelas" - domando seus aspectos mais perigosos. Se o princípio investigado mostrar-se aplicável, a Nasa pretende ir adiante com o projeto e já considera as vantagens dele sobre os modelos disponíveis para uma futura viagem tripulada a Marte.

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Nenhuma fonte de energia conhecida se equipara ao poder da aniquilação: o fenômeno destruição mútua que ocorre do encontro da matéria com a antimatéria. Nesse encontro, toda a massa de ambas é convertida em energia, num flash poderoso. A energia nuclear fica num distante segundo lugar: nas bombas atômicas, apenas 3% da massa são convertidos em energia.

Mas domar essa força e torná-la segura é um desafio extremo. A aniquilação produz uma explosão de raios gama, que a Nasa descreve como "raios-X bombados". "Eles penetram a matéria e quebram as moléculas nas células. Então, não é saudável estar por perto."

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Um caminho para se produzir energia com antimatéria sem pagar um preço tão alto está sendo investigado num estudo pago pelo Instituto para Conceitos Avançados da Nasa. Como a matéria, os átomos da antimatéria são feitos de três partículas básicas: pósitrons (no lugar do elétron), antiprótons e antinêutrons. Num comunicado divulgado nesta semana, a Nasa explica que os projetos anteriores de uso de antimatéria como combustível tomavam por base o antipróton. "O novo design vai usar pósitrons, que produzem raios gama com 400 vezes menos energia." Isso daria segurança aos propulsores - e ainda assim geraria energia suficiente para revolucionar as viagens espaciais, a começar pela chegada do homem a Marte.

"A vantagem mais importante é a segurança", disse, no comunicado da Nasa o pesquisador Gerald Smith, da Positronics Research, em Santa Fé, no Novo México, envolvido na pesquisa.