A Nasa tentará colocar em órbita, na quinta-feira, seu terceiro ônibus espacial em seis meses, um ritmo que precisa manter a fim de concluir a montagem da Estação Espacial Internacional (ISS) antes da aposentadoria de sua frota de naves, dentro de quatro anos.

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No vôo anterior, os astronautas levaram painéis solares a fim de fornecer mais energia para módulos adicionais a serem instalados no complexo orbital no próximo ano.

A difícil tarefa de ligar os painéis à grade de força da estação deve ser realizada pela tripulação do Discovery, que está previsto para ser lançado às 21h36 (23h36, em Brasília), se as condições climáticas permitirem.

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A missão não alterará a aparência externa da ISS. A única mudança do tipo deve ser a adição de um pequeno artefato na armação externa dela. Mas, se tudo correr bem, a Nasa (agência espacial dos EUA) terá superado seu maior obstáculo na montagem da estação.

Para finalizar a construção da ISS, avaliada em 100 bilhões de dólares, serão necessárias, pelo menos, outras 16 missões.

O lançamento dos ônibus espaciais foi suspenso depois do desastre com o Columbia, em 2003, e a Nasa só retomou a montagem da ISS neste ano. Enquanto a agência sanava o problema dos ônibus espaciais, a estação continuou incompleta em órbita.

Não se sabe exatamente como equipamentos que ficaram inoperantes durante seis anos, expostos ao inóspito ambiente espacial, vão reagir. As temperaturas no espaço variam de 93 graus Celsius a 129 graus Celsius negativos, a cada 45 minutos.

Depois de instalado a nova parte da armação, o antigo esqueleto da estação terá de ser dobrado a fim de que os novos painéis solares tenham espaço para girar, mantendo-se voltados para o Sol.

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``Isso é como um mapa'', afirmou o engenheiro de vôo John Curry. ``Se mantivermos um mapa fechado dentro de nosso carro durante seis anos, quando tentarmos abri-lo, poderá haver algumas irregularidades nele. E, depois, ele talvez não possa ser fechado como antes.''

A Nasa espera realizar a operação por controle remoto, a partir do Centro Espacial Johnson, em Houston. Mas os três astronautas do Discovery, que treinaram para sair ao espaço, estarão preparados para entrar em ação, caso necessário.

``Eu fico ansioso todas as vezes que saímos ao espaço porque nunca se sabe o que pode acontecer'', disse Robert Curbeam, principal encarregado, entre os tripulantes do Discovery, de realizar saídas ao espaço.

Os astronautas também vão, temporariamente, desligar a estação de seu sistema de força, algo que a Nasa pretendia fazer em 2003.

Como a ISS não pode ser nunca totalmente desativada, metade dela funcionará com energia reduzida enquanto Curbeam e os companheiros dele fazem novas conexões elétricas durante dois passeios espaciais.

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Esse será um momento tenso, já que não haverá muita energia de reserva caso ocorra algum problema.

Dentro da ISS, os astronautas pretendem conectar cabos provisórios para garantir que os sistemas mais importantes consigam obter energia da parte operacional da estação.

``Muitos de nós vêem nessa a missão mais difícil da Estação Espacial Internacional desde que iniciamos a montagem dela'', afirmou Mike Suffredini, gerente da ISS.

A missão do Discovery deve durar 12 dias. O ônibus espacial está previsto para pousar no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, no dia 19 de dezembro.