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Quatro meses depois de sua fuga do cativeiro onde ficou por mais de oito anos, a jovem austríaca Natascha Kampusch se prepara para passar seu primeiro Natal em família, mas sem ainda levar uma vida normal. A jovem de 18 anos disse nesta semana que festejaria o Natal com quinze familiares, entre eles, seus pais divorciados, Brigitta Sirny e Ludwig Koch. "Será nosso primeiro Natal juntos. Espero que tenha tempo de preparar os doces. Acho que sou boa nisso", declarou ela ao jornal Österreich.

Seqüestrada quando ia para a escola em 1998, aos dez anos de idade, a jovem fugiu no dia 23 de agosto de um porão de Strasshof, onde havia sido mantida presa durante oito anos e meio, a dezenas de quilômetros de sua casa. O seqüestrador, Wolfgang Priklopil, um agente imobiliário de 44 anos, se suicidou na noite de sua fuga se jogando na frente de um trem.

A jovem menina loira, sempre sorridente, surpreendeu o mundo por sua inteligência, elocução e vitalidade, durante sua primeira entrevista no dia 6 de setembro à TV austríaca ORF. Transformada em uma celebridade após seu longo isolamento, ela logo teve que enfrentar o assédio dos paparazzi e a superexposição na mídia.

"Natascha Kampusch sofreu muito por ter tido que enfrentar os jornalistas que chegaram a duvidar de sua história", afirma o jornalista Christoph Feurstein, que a entrevistou para a ORF e dedicou a ela um documentário que deverá ir ao ar no dia 3 de janeiro.

Seu pai anunciou no início de dezembro que entraria na justiça contra uma biografia não-autorizada publicada na Grã-Bretanha que contém alegações consideradas "caluniosas e sem fundamento algum" pela jovem. Natascha Kampusch sempre disse desejar guardar para ela os detalhes das relações ambivalentes ligadas a Priklopil ao longo do longo período de detenção.

Em meados de setembro, um de seus advogados reconheceu que ela havia esquiado com seu seqüestrador no início de 2006, mas sem chances de escapar. Depois, ela disse ao Österreich que ele a tinha "agredido" no dia de seus 18 anos em fevereiro. A polícia, que encerrou suas investigações em novembro, descartou o envolvimento de terceiros. Apesar da pressão midiática ter diminuído um pouco em torno da jovem, ela ainda sofre as conseqüências físicas e psicológicas de seu seqüestro.

Ela disse estar sujeita a problemas de estresse, sente dores nas articulações das pernas e afirma que escapou por pouco de um princípio de septicemia em razão de uma cárie não tratada durante seu cativeiro. Natascha Kampusch, que hoje vive em um apartamento próximo do Hospital Central de Viena, permanece submetida a acompanhamento psicológico e é monitorada em sua vida cotidiana por três assistentes sociais.

Suas saídas para a cidade continuam sendo, no entanto, grandes desafios : "Tenho medo quando as pessoas se aproximam demais de mim e me importunam. E me chateia muito ser observada" ou fotografada, ressaltou ela para a revista News. "Ainda me sinto completamente perdida sozinha" durante as saídas, disse ela destacando que adora fazer compras, ocupar-se com seu interior e pegar o metrô.

A jovem, que lamentou ter apenas "pouco tempo para organizar (sua) nova vida" entre encontros médicos e entrevistas, anunciou uma pausa em suas aparições públicas em 2007 para poder se dedicar aos estudos. Natascha Kampusch deseja criar uma fundação em favor das mulheres maltratadas, para a qual ela cedeu uma parte dos direitos --avaliados em mais de um milhão de euros-- obtidos de suas entrevistas concedidas à imprensa.

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