Ouça este conteúdo
A Guarda Costeira dos Estados Unidos informou nesta quinta-feira (27) que encontrou mais quatro corpos sem vida durante a operação de busca por sobreviventes do naufrágio de uma embarcação com imigrantes em frente ao litoral da Flórida.
Já são cinco as vítimas confirmadas do naufrágio ocorrido no domingo passado, que foi relatado por um sobrevivente resgatado na terça-feira.
Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, a capitã Jo-Ann Burdian, comandante do setor da Guarda Costeira de Miami, após expressar condolências às famílias, informou que os quatro corpos foram encontrados nas últimas 24 horas, mas não deu mais detalhes.
“Não pensamos que seja provável que haja mais sobreviventes”, declarou Burdian, que acrescentou que as buscas serão suspensas e serão retomadas apenas se surgirem novas informações. “Vasculhamos a área repetidamente, tivemos uma boa visibilidade... Nós sobrevoamos o navio várias vezes... Significa que não achamos provável que mais alguém tenha sobrevivido.”
Os efetivos da Guarda Costeira cobriram uma área do tamanho do estado de Nova Jersey nas últimas 48 horas, ou 22,5 mil quilômetros quadrados, na qual foi realizada uma busca por mar e ar.
A operação de busca, que começou na terça-feira, envolveu três navios da Guarda Costeira, dois botes da entidade, dois navios da Marinha e seis aviões.
O único sobrevivente é um homem de 22 anos que se manteve flutuando no casco da embarcação virada. Segundo ele, a embarcação naufragou pouco depois de ele e 39 outras pessoas terem saído da ilha de Bimini, nas Bahamas, rumo à Flórida, na noite de sábado.
O jovem está em situação “estável” em um hospital na Flórida e sob a custódia das autoridades de imigração dos EUA.
A embarcação, de 7,6 metros de comprimento, virou por causa do mau tempo, de acordo com a Guarda Costeira.
O oficial Anthony Salisbury, da Agência de Investigações de Segurança Nacional, afirmou que o caso está sendo tratado como uma investigação criminal sobre possível contrabando de imigrantes ilegais.
A investigação está na fase inicial, mas o caso pode envolver acusações de “tráfico humano com morte”, segundo autoridades federais, que se recusaram a revelar as nacionalidades dos ocupantes da embarcação e outros detalhes.
Em entrevista ao canal Telemundo 51 de Miami, a mãe do único sobrevivente, uma mulher hispânica que se identificou como Márcia, revelou que conseguiu falar ao telefone com o filho e que ele disse que havia menores de idade e até bebês na embarcação.
A mulher afirmou que entre os desaparecidos também está a sua filha de 18 anos, que acredita estar morta, de acordo com o relato do filho.
