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O naufrágio do navio de cruzeiro Costa Concordia vai acelerar uma discussão internacional sobre a possível modificação em projetos de transatlânticos, avalia o engenheiro Segen Estefen, professor de Estruturas Oceânicas e Tecnologia Submarina da Coppe, que congrega os cursos de pós-graduação em engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

"O que se coloca hoje é a viabilidade prática de se evacuar grandes transatlânticos com segurança", disse Estefen. Segundo ele, esses navios podem ser projetados para que, em caso de acidente, determinadas partes flutuem e funcionem provisoriamente como uma embarcação de segurança. Com essa mudança de projeto, passageiros poderiam aguardar em pontos específicos do próprio navio até a chegada de uma embarcação de resgate, evitando a necessidade de se lançar uma série de balsas ao mar. "Seria uma alternativa. O ingresso de água e o tombamento podem se dar em velocidade maior do que a capacidade de evacuação. Retirar 4 mil pessoas não é tarefa simples". Segundo Segen, comitês da Organização Marítima Internacional (IMO, na sigla em inglês) já iniciaram discussões sobre o tema.

Para o engenheiro, o afastamento do navio da rota prevista e a aproximação da costa indicam a possibilidade de falha humana. "Talvez um erro de interpretação da carta náutica. Normalmente, rochas são identificadas por sonares", declarou Segen, que é diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe. Ele lembrou que o navio é razoavelmente moderno e tem um calado (distância vertical entre a parte inferior da quilha e a linha de flutuação) próximo de 8 metros. Como a embarcação é muito alta (tem 13 andares de camarotes), qualquer entrada de água provoca perda de estabilidade, acrescentou o professor. "São várias hipóteses e tudo indica que não parece ter havido falha no sistema de navegação. Foi relatada a possibilidade de apagão nos motores principais e perda de controle, mas me parece que isso não aconteceu".

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