Fauna
Agressão a espécies representa dano ambiental
Assim como precisam passar por fiscalização para garantir a segurança dos passageiros, os transatlânticos têm de ser submetidos a rigorosas vistorias para evitar tragédias ambientais. Vazamentos, poluição, trânsito de espécies de uma região para outra por meio dos navios e colisão com mamíferos marinhos são os principais problemas que podem ocorrer.
Leandra Gonçalves, coordenadora de campanha do Greenpeace, explica que na região em que o Costa Concordia afundou, o principal dano é que os navios gigantescos atropelam e machucam as espécies que vivem no entorno da Ilha de Giglio, no Mar Mediterrâneo. "A região é um santuário de mamíferos marinhos", diz a ativista.
José Henrique Corbage Rabello, capitão dos Portos do Paraná, explica que "as capitanias dos portos, suas delegacias e agências subordinadas são responsáveis tanto por fiscalizar se há condições de segurança para navegação, quanto por fazer prevenção da poluição ambiental".
O professor Luciano Fernandes, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), diz que navios de turismo transportam pequenas quantidades água de lastro que enche tanques na parte inferior do navio para dar estabilidade em comparação a navios que transportam óleo ou grãos.
Joana Neitsch
As equipes de resgate que trabalham no navio Costa Concordia, na Itália, encontraram ontem mais um corpo na embarcação, que no dia 13 adernou perto do porto da Ilha de Giglio, segundo informou a defesa civil italiana.
Os bombeiros "recuperaram o corpo de uma pessoa no interior da ponte número 3 do barco", indicou a corporação em um comunicado, acrescentando que, com isso, o saldo da tragédia se eleva a 16 mortos e 16 desaparecidos.
A nacionalidade e o sexo da pessoa encontrada ainda não foram reveladas, mas há relatos na imprensa italiana de que o corpo seria de uma mulher.
Na segunda-feira, as equipes de resgate haviam encontrado mais dois corpos no quarto andar da embarcação. De acordo com o chefe da defesa civil italiana, Franco Gabrielli, que supervisiona as operações, os corpos eram de duas mulheres e seus DNAs serão comparados aos coletados dos parentes das vítimas desaparecidas nos últimos dias.
Combustível
A descoberta aconteceu no mesmo dia em que uma grande plataforma carregando equipamentos chegou à embarcação, sinalizando o início das operações preliminares para a remoção de mais de 2 mil toneladas de combustível dos tanques do navio.
Os mergulhadores da companhia holandesa Smit Salvage fazem hoje a primeira inspeção para iniciar o plano de extração do combustível.
Investigação
O chefe da Promotoria do Estado da Toscana, Beniamino Deidda, disse ontem que a Justiça deve investigar também a responsabilidade da Costa Cruzeiros, dona do navio Costa Concordia, e não só o capitão da embarcação, Francesco Schettino.
"Até o momento, a atenção está, de forma geral, concentrada na responsabilidade do capitão, que se mostrou tragicamente inadequado. Mas quem escolhe o capitão?", questionou Deidda.