Após a confirmação das eleições presidenciais da Rússia em março do próximo ano, o líder da oposição, Alexei Navalny, fez um apelo direto da prisão onde está detido para que os russos votem no dia 17 de março em qualquer candidato, exceto o atual chefe do Kremlin, Vladimir Putin.
“Nesse dia pedimos a todos para irem às urnas e votarem contra Vladimir Putin. Isso pode ser feito colocando uma cruz na caixa de qualquer outro candidato”, escreveu Navalny no seu canal do Telegram.
Há menos de dois meses, o líder opositor rechaçou a opção de apoiar os líderes dos partidos com representação parlamentar, como o comunista Guennadi Ziuganov ou o nacionalista Leonid Slutsky, por seu apoio à guerra na Ucrânia.
A mudança de opinião ocorreu após uma consulta digital entre políticos, ativistas e jornalistas exilados, entre os quais a maioria defendeu a participação nas eleições para expressar sua oposição a Putin e à sua campanha militar.
“Sem dúvida, nos espera uma paródia do processo eleitoral. E os resultados finais, como sempre, serão manipulados. Mas qualquer eleição, mesmo a mais falsa, é um momento de dúvida. As pessoas pensam em quem está no poder e no porquê", disse hoje Navalny, que cumpre quase 30 anos de prisão por vários crimes.
O líder opositor considerou que neste momento “a principal missão da oposição e de todos os cidadãos honestos é responder a estas dúvidas com todas as nossas forças”.
"O que é ainda mais importante, apelamos a todos para que utilizem os 100 dias que faltam até a votação para fazer propaganda contra Putin e o seu poder (...) Explicar que Putin, de 71 anos, está no poder há 24 anos e ele não deveria ficar lá por mais seis. Ele prejudica a Rússia. Ele deve partir", declarou.
O Senado russo convocou nesta quinta-feira (7) as eleições presidenciais para 17 de março de 2024, dando assim o sinal de partida para a campanha eleitoral, como explicou a presidente da câmara alta, Valentina Matviyenko.
Putin, a quem a reforma constitucional de 2020 permite cumprir mais dois mandatos presidenciais de seis anos cada, deverá anunciar sua candidatura à reeleição no dia 14 de dezembro, quando acontecerá sua primeira coletiva de imprensa anual desde o início da guerra na Ucrânia. (Com Agência EFE)
Deixe sua opinião