Alexei Navalny morreu em fevereiro de 2024| Foto: EFE/EPA/MAXIM SHIPENKOV
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O  líder opositor russo Alexei Navalny, falecido em fevereiro deste ano sob circunstâncias controversas em uma prisão na Sibéria, escreveu um diário durante o tempo em que esteve sob detenção do regime de Vladimir Putin. Um livro com suas memórias, com lançamento previsto para o dia 22 de outubro, nomeado como “Patriota: uma memória”, traz relatos do cárcere de Navalny, em que ele previa morrer na prisão “sem poder conhecer seus netos”.

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Trechos da obra foram divulgados nesta semana pela revista americana The New Yorker. A publicação traz anotações do ferrenho opositor do ditador Vladimir Putin, em que Navalny reflete sobre os motivos por ter retornado ao país, mesmo tendo sido aconselhado a permanecer exilado. 

“Eu disse isso há dois anos, e vou dizer de novo: a Rússia é o meu país. Nasci e cresci aqui, meus pais estão aqui, e eu fiz uma família aqui; encontrei alguém que amei e tive filhos com ela. Sou um cidadão de pleno direito, e tenho o direito de me unir com pessoas que pensam como eu e ser politicamente ativo. Há muitos de nós, certamente mais do que juízes corruptos, propagandistas mentirosos do Kremlin”, escreveu meses antes de morrer, de acordo com a recente publicação da The New Yorker.

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Em 2020, Navalny sobreviveu à uma tentativa de envenenamento com o agente químico Novicho. Desde o fim de 2023, permanecia detido em uma prisão de segurança máxima, onde cumpria uma pena de 19 anos por “extremismo”.

“Passarei o resto da minha vida na prisão e morrerei aqui. Não haverá ninguém para dizer adeus. Enquanto eu ainda estiver na prisão, pessoas que conheço lá fora morrerão e não serei capaz de dizer adeus a elas. Vou perder as formaturas da escola e faculdade. Todos os aniversários serão comemorados sem mim. Eu nunca verei meus netos. Não serei o assunto de nenhuma história familiar”, lamentou.

Alexei Navalny morreu aos 47 anos.