Operação para reerguer o Costa Concordia começou nesta segunda-feira (16)| Foto: REUTERS /Tony Gentile

O navio de cruzeiro Costa Concordia se moveu lentamente nesta segunda-feira de uma rocha onde está encalhado há mais de 20 meses na Itália, em um processo meticuloso para endireitar a embarcação que deverá continuar até as primeiras horas de terça-feira.

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Enquanto equipes de resgate se concentravam na maior operação desse tipo já realizada, sobreviventes do desastre de 13 de janeiro de 2012, em que o navio que transportava mais de 4 mil passageiros e tripulantes naufragou perto da ilha italiana de Giglio, pensavam nas 32 pessoas que morreram, incluindo duas cujos corpos ainda não foram encontrados.

"Naturalmente, penso nas pessoas que não conseguiram (sobreviver) e, especialmente, naquelas duas famílias que ainda estão à espera de encontrar os restos mortais de seus entes queridos", disse Luciano Castro, um jornalista de 49 anos que estava no navio quando ele afundou.

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"Eles ainda devem estar sob a quilha do Concordia e espero que depois disso, finalmente, eles possam ter um túmulo sobre o qual chorar de novo."

Após um atraso de três horas por causa de uma tempestade durante a madrugada, interrompendo os preparativos finais, os técnicos iniciaram a operação por volta de 9h (horário local) e no meio da tarde já tinham erguido parte do navio.

Nesse mesmo lado era possível ver uma marca de água marrom manchando o casco branco.

"Está tudo acontecendo muito lentamente, mas com muito cuidado e segurança", disse a repórteres o líder da equipe técnica da Costa Cruise, Franco Porcellacchia.

"O navio está reagindo muito bem porque está girando de uma forma uniforme, que é o que esperávamos", afirmou Porcellacchia.

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Autoridades se recusaram a estimar quanto tempo a operação, originalmente programada para ser de 10 a 12 horas, pode durar.

"Nós nunca definimos qualquer tempo fixo para isso", disse o líder do projeto da empresa contratada Micoperi, Sergio Girotto. "Pode levar 15 ou 18 horas. O objetivo é fazê-lo bem."

O gigantesco casco de 114,5 mil toneladas está deitado de lado há mais de 20 meses, dominando a paisagem do pequeno porto da ilha turística de Giglio, onde o navio naufragou após bater em rochas, em 13 de janeiro de 2012, matando 32 pessoas.

O acidente foi causado por uma coleção de tropeços e erros de avaliação, pelos quais o capitão Francesco Schettino está sendo processado penalmente.

Já a operação de resgate tem sido um feito de engenharia cuidadosamente coordenado, com um custo estimado em mais de 600 milhões de euros (795 milhões de dólares) --valor superior a metade do prejuízo coberto por seguros, que ultrapassou 1,1 bilhão de dólares.

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Uma equipe internacional de 500 engenheiros está na ilha desde o ano passado, estabilizando a embarcação e preparando o início da operação que consiste em endireitá-la, para que o navio possa então ser rebocado para um estaleiro onde será desmontado.

Grandes seguradoras do setor marítimo acompanham atentamente a operação de resgate do navio --que tem o comprimento de três campos de futebol e capacidade para mais de 4 mil passageiros e tripulantes. Eventuais problemas na operação poderão ter um impacto significativo sobre futuras apólices.

Os engenheiros se dizem confiantes no sucesso da operação, embora o processo nunca tenha sido tentado sob condições tão difíceis em um barco desse tamanho.

"Ele está sobre a lateral de uma montanha no leito marinho, equilibrado sobre dois corais, e é um navio realmente grande... Então é algo que nunca foi feito nessa escala", disse o engenheiro sul-africano Nick Sloane, que participa da tarefa.

Onze tanques grandes, cada um do tamanho de um prédio de vários andares, foram soldados à lateral emersa do Concordia para ajudar na sustentação.

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Durante a operação, os técnicos também irão procurar os corpos de um tripulante e uma passageira que continuam desaparecidos.