Navios de guerra da Marinha iraniana chegarão ao Brasil nos próximos dias. A passagem pelo Rio de Janeiro, de acordo com a agência de notícias iraniana Tasnim, faz parte de uma missão que está sendo conduzida até o canal do Panamá.
O comandante da Marinha iraniana, Shahram Irani, disse que estão em andamento planos para enviar forças navais para o canal do Panamá, enquanto militares iranianos se aproximam das costas das Américas.
Especialistas dizem que o país islâmico está procurando desafiar os Estados Unidos e fortalecer os laços com seus aliados latino-americanos.
O Canal do Panamá liga os oceanos Atlântico e Pacífico e é um dos dois canais artificiais mais estratégicos do mundo. O Panamá fica a cerca de 3 mil km de distância da fronteira sul dos Estados Unidos.
O objetivo do Irã “é ter uma presença militar na América Latina, por isso não é surpreendente que sua marinha anuncie que fará exercícios militares no Canal do Panamá”, disse Joseph Humire, diretor do Centro para uma Sociedade Livre e Segura, ao jornal The Washington Free Beacon, destacando que se trata de uma “escalada tremenda”.
Questão ideológica
“Isso é o que o Irã vem construindo na América Latina nos últimos 30 ou 40 anos, mediante o estabelecimento de embaixadas, acordos bilaterais e exercícios militares com aliados como Rússia, China e Venezuela, no Mar do Caribe”, acrescentou.
Esse movimento seria para Teerã um passo em direção a um crescente relacionamento com seus aliados: países dirigidos por ditadores, como Venezuela e Nicarágua, informou a cadeia de notícias NewsNation dos EUA.
“É primordial examinar e agir contra os esforços do regime iraniano para exportar sua ideologia fundamentalista não apenas no Oriente Médio, mas também mais além”, disse o cientista político iraniano-americano Majid Rafizadeh ao jornal Arab News.
Os navios
O Dena é um navio de guerra da classe Mowj que ingressou na Marinha iraniana em junho de 2021. A embarcação está equipada com mísseis de cruzeiro antinavio, torpedos e canhões navais.
A outra embarcação é o Makran, um navio de base avançada pesando 121 mil toneladas. O petroleiro que virou navio de guerra pode transportar cinco helicópteros e é empregado para fornecer apoio logístico aos navios de combate.