ST. GABRIEL, EUA - Em um grande armazém de St. Gabriel, uma cidade do estado da Louisiana, vítimas do furacão Katrina serão identificadas e devolvidas para suas famílias.
Um comboio de caminhões refrigerados, sete no total, estacionou ao lado do necrotério improvisado na manhã desta segunda-feira. Os corpos ficarão abrigados dentro do local.
No armazém, cujo endereço vem sendo mantido em segredo pelas autoridades a fim de dar alguma dignidade ao trabalho de identificar os cadáveres, o chão de concreto está coberto com plástico a fim de evitar a contaminação do solo por fluídos dos corpos em decomposição.
Filas de macas de metal esperam pelos primeiros mortos. O processo deve começar dentro de 24 horas e a Força-Tarefa Mortu ria para Desastres (DMORT) elaborou um plano para receber até cinco mil corpos.
- As famílias precisam saber o que aconteceu com as pessoas que elas perderam - afirmou David Senn, um médico legista de San Antonio (Texas), que ajudou na identificação das vítimas dos ataques de 11 de setembro de 2001.
As equipes DMORT, integradas por patologistas, médicos legistas, peritos, antropólogos e especialistas em impressões digitais, DNA e arcadas dentárias, serão capazes de lidar com até 140 corpos por dia.
Ao ingressar no armazém, os cadáveres, muitos dos quais submersos no pântano tóxico que tomou conta de Nova Orleans após a passagem do furacão Katrina, serão descontaminados por meio de uma solução com cloro.
Os corpos depois atravessarão várias fases, entre as quais um exame por um legista, raios-X panorâmicos, recolhimento de impressões digitais e exames dentários. Uma amostra de DNA será extraída do osso de cada vítima.
- Esses são meus pacientes. Não são apenas corpos - disse a Dra. Comine Stern, médica de El Paso, Texas, que disse que o objetivo da equipe DMORT é "reunir as famílias e responder as questões das famílias".
Mesmo para aqueles acostumados aos desastres, aspectos do trabalho podem ser difíceis.
- Não gosto de identificar crianças - disse Senn. - Quando penso em St. Bernard Parish, onde as famílias subiram até o sótão para escapar da água, posso ver que havia crianças naquele grupo. Não é a melhor parte do trabalho".
O armazém fica em St. Gabriel, uma cidade com 6.000 habitantes localizada a cerca de 110 quilômetros de Nova Orleans e na qual houve uma colônia de leprosos em 1921. No local, há ainda hoje uma clínica para pessoas com hanseníase.
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