O Irã acusou nesta quinta-feira as potências mundiais de criarem "uma atmosfera difícil" que prejudicou as negociações sobre o programa nuclear iraniano, indicando que as conversas chegaram a um impasse que pode prejudicar a busca diplomática para a questão.
O motivo do impasse não estava imediatamente claro, enquanto a negociação entrou em seu segundo dia na capital iraquiana, Bagdá. Mas o Irã deixou claro que exigia o alívio imediato das sanções econômicas impostas ao país como parte de qualquer acordo para reduzir o enriquecimento de urânio, enquanto as potências cobram que primeiro o Irã limite sua atividade nuclear.
A mídia pró-governo do Irã disse que os negociadores de Teerã estão exigindo o principio da "reciprocidade" nas concessões, que, segundo eles, não estaria sobre a mesa nas conversas em Bagdá.
Os Estados Unidos expressaram um otimismo cauteloso na quarta-feira de que o Irã estaria finalmente concordando com as potências ocidentais em permitir acesso transparente a sua atividade nuclear para mostrar que tem apenas fins pacíficos - ao contrário da suspeita Ocidental de que a República Islâmica busca construir um arsenal nuclear.
A chefe de política externa da União Europeia, Catherine Ashton, que lidera a delegação das potências, encontrou-se com o chanceler iraniano nesta quinta-feira antes do início de uma sessão plenária completa, informou um diplomata ocidental.
Mas um delegado iraniano esfriou as expectativas de que as partes estavam avançando em busca de um acordo, considerado crucial para se acabar com os temores de uma nova guerra no Oriente Médio.
"O que nós ouvimos em Istambul era mais interessante", disse ele, referindo-se às negociações anteriores que encerraram no mês passado um congelamento de 15 meses nas conversas diplomáticas sobre o programa nuclear iraniano - período em que o Ocidente aumentou as sanções contra o setor petrolífero iraniano.
"Nós acreditamos que a razão pela qual as potências não conseguem chegar a um acordo são os Estados Unidos", disse a fonte, pedindo anonimato.
"Eles vieram para Bagdá sem um mandato claro, então achamos que o clima está difícil."
No início do encontro, na quarta-feira, um porta-voz da delegação das seis potências - Estados Unidos, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha - disse que o Irã seria convidado a suspender o enriquecimento do urânio além do grau de 20 por cento de pureza.
O Ocidente teme que, ao enriquecer o urânio a mais de 20%, o Irã supere obstáculos técnicos que o impedem de chegar a 90 por cento de pureza, o que é necessário para o uso em armas atômicas.
O Irã diz estar aumentando o grau de enriquecimento do seu urânio para poder usá-lo em reatores de pesquisas médicas.
Sem um acordo, as consequências são graves: o mercado global de petróleo está sobressaltado por causa das prolongadas sanções ocidentais às vitais exportações iranianas do produto, e do espectro de uma guerra no Oriente Médio por causa de eventuais ataques israelenses contra seu arqui-inimigo.
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