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O Irã está disposto a discutir seu programa nuclear com as grandes potências, desde que de forma "justa," disse o chanceler Manouchehr Mottaki a uma rádio estatal.

Seis potências divulgaram na quarta-feira uma declaração dizendo-se dispostas a negociar o mais rápido possível uma solução para o impasse, o que poderia incluir também um plano de intercâmbio de combustível atômico.

Os EUA e seus aliados suspeitam que o Irã esteja desenvolvendo secretamente armas nucleares, o que o governo iraniano nega.

Segundo a rádio iraniana, Mottaki disse na quarta-feira em Nova York que o Irã sempre foi favorável a resolver a disputa por meio do diálogo. Mas frisou que "o diálogo só pode ter sucesso se for justo e se reconhecer o direito do Irã a usar a energia nuclear pacífica".

Não ficou claro se a declaração foi feita antes ou depois da divulgação da nota em nome de Alemanha, China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Rússia.

Uma fonte oficial dos EUA disse na quarta-feira que o Irã havia manifestado a disposição de participar de uma reunião, mas Mottaki não indicou quando isso poderá ocorrer.

Em junho, as potências mundiais se reuniram para aprovar na ONU um novo pacote de sanções contra o programa nuclear iraniano, e depois disso esses países vêm pressionando o Irã a retomar o diálogo. Um diplomata disse que, até agora, a resposta a esses esforços foi um "retumbante silêncio" por parte da República Islâmica.

Outra fonte diplomática afirmou que, se o Irã insistir na sua recusa em negociar, as seis potências provavelmente voltarão a discutir novas punições no âmbito do Conselho de Segurança, mas isso não deve ocorrer tão cedo.

A nota divulgada na quarta-feira diz que os seis países continuam dispostos a negociar a adoção do programa, inicialmente proposto em outubro, pelo qual o Irã entregaria seu estoque de urânio baixamente enriquecido, para em troca receber combustível para um reator de pesquisas médicas. O intercâmbio supostamente evitaria que o Irã enriquecesse urânio até o grau necessário para o uso em armas nucleares.

Inicialmente o Irã rejeitou o acordo, mas em maio, após intervenção do Brasil e da Turquia, disse que estaria disposto a aceitá-lo. As potências ocidentais, no entanto, alegaram na época que a decisão vinha tarde demais, e dias depois impuseram novas sanções ao país.

Os EUA dizem repetidamente que a proposta de intercâmbio de material atômico só faz sentido como parte de uma discussão mais ampla sobre o programa nuclear iraniano.

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