Manifestantes usam bonés com desenho de bigode, adereço que simboliza o apoio ao presidente venezuelano Nicolás Maduro| Foto: Miguel Gutiérrez/Efe

Crise

Maduro anuncia nova ofensiva econômica para a próxima semana

Folhapress

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou que, a partir da próxima terça-feira, haverá uma nova ofensiva do governo na "guerra econômica" pela qual passa o país. O programa foi batizado de PAP: Produção e Abastecimento Pleno. Não foram divulgados detalhes do programa que, segundo o El Universal, ainda será desenhado pela equipe econômica do governo.

Maduro disse que o PAP terá características distintas das medidas implementadas em novembro de 2013. Na ocasião, tentando combater a inflação anualizada que ultrapassava os 50%, o presidente ampliou o tabelamento de preços no país e centralizou as importações estatais e privadas. O índice de escassez de alimentos básicos na Venezuela chegou a 60,2% em março.

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O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, afirmou ontem que houve avanços importantes nas negociações entre governo e as forças de oposição na Venezuela, que estiveram reunidos em Caracas.

Segundo o chanceler, as duas partes declararam sua condenação à violência, "venha de onde vier", e decidiram pela criação de uma comissão da verdade, composta por representantes políticos e demais membros da sociedade venezuelana para investigar as denúncias recentes de violência.

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"O propósito é analisar todos os fatos conhecidos no âmbito desses distúrbios pelos quais passou a Venezuela nos últimos meses. Isso quer dizer as mortes acontecidas, a investigação de como essas mortes aconteceram, determinação de autoria, mas também os casos apresentados pela oposição de abusos e violações de direitos humanos", disse Figueiredo.

O chanceler brasileiro participou da reunião como convidado. Além dele, os chanceleres da Colômbia, Equador e Vaticano foram chamados pelo governo e oposição para acompanhar o processo de diálogo na condição de "terceira parte de boa fé".

Manifestações

A Venezuela vive uma onda de protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro, que tem sido violentamente abafada pelas forças policiais. Mais de 40 pessoas morreram desde o começo das manifestações.

Figueiredo afirmou que há uma clara disposição das duas partes em defender o fim da violência – não o fim das manifestações. "As manifestações, o próprio governo disse isso, são maneiras democráticas de manifestação popular, e isso irá continuar. O que não é possível é a violência, medidas que prejudiquem a vida das pessoas, a circulação livre das pessoas", disse Figueiredo. A próxima reunião de diálogo deve ocorrer na próxima semana.

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Anistia

O governo venezuelano mostrou disposição para discutir um projeto de anistia aos presos políticos, uma das demandas da oposição.