O provável segundo mandato de Álvaro Uribe deve ser mais difícil, pelo menos no que diz respeito às negociações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O especialista em Economia Internacional Carlos Martinez Becerra acredita que Bogotá terá de abrir mão de territórios já controlados pela guerrilha para dar seqüência ao diálogo.
As Farc foram criadas em 1964 por ex-combatentes liberais, comandados por Pedro Antonio Marín. Nos anos seguintes, a guerra civil cresceu na Colômbia com a formação de outras guerrilhas como o Exército de Libertação Nacional (ELN) e o Movimento Revolucionário 19 de Abril (M-19).
Na década de 80, as guerrilhas passaram a buscar lucro com o refino de cocaína e no tráfico da droga para os Estados Unidos. Houve a ascensão dos grandes cartéis de droga, como Cali e Medellín, que só se desmancharam nos anos 90. Com o "vazio" deixado pelos cartéis, as guerrilhas começaram a cobrar "impostos" dos cocaleiros e de narcotraficantes que produziam em áreas controladas pelos grupos. Em 1986, o M-19 depôs as armas e se transforma em partido político, a Aliança Democrática M-19. Agora seria a vez das Farc. Enquanto isso não ocorre, a guerra civil iniciada 1964 não deve ter fim. (KC)