As conversas em Genebra sobre o programa nuclear do Irã entraram hoje em um momento complicado, segundo avaliações de representantes do Irã e do Reino Unido.
"As negociações entraram em uma fase muito difícil. Não estamos prontos para aceitar um acordo que atente contra os direitos e interesses do Irã", declarou o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif. "Nos opomos a qualquer pedido excessivo", insistiu.
"O enriquecimento de urânio deve fazer parte de qualquer acordo. Asseguramos que não irá parar", acrescentou Zarif, referindo-se a um dos principais pontos de divergência entre as duas partes.
"As negociações são muito difíceis. É importante ressaltar que estamos aqui para que as coisas sejam concluídas", disse por sua vez o chefe da diplomacia britânica, William Hague.
"É muito importante que o acordo seja detalhado e abrangente e que o mundo inteiro possa ter confiança de que ele será respeitado", continuou Hague.
O secretário britânico se encontrou com o representante francês Laurent Fabius e o enviado alemão Guido Westerwelle para discutir o avanço das negociações, iniciadas na quarta-feira em Genebra entre o Irã e o Grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha).
Para Westerwelle, da Alemanha, "há uma chance realista (de se chegar a um acordo), mas ainda há muito trabalho".
Zarif, do Irã, também considerou ser "muito cedo" para julgar o resultado das negociações.
O secretário de Estado americano, John Kerry, se reuniu pouco depois de sua chegada a Genebra com a chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton.
Em seguida, Kerry discutiu com o ministro francês Laurent Fabius, cuja "inflexibilidade" não permitiu um acordo durante o ciclo anterior de negociações, concluído em 9 de novembro.
Kerry deve ainda se reunir com o seu colega russo, o chefe da diplomacia Sergei Lavrov. "Pela primeira vez em muitos anos, o 5+1 tem uma chance real de chegar a um acordo", disse Lavrov.
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