O calendário das discussões para a negociação de paz entre israelenses e palestinos deve levar pelo menos nove meses, informou o Departamento de Estado dos EUA.
"Vamos fazer todos os esforços para obtermos um acordo durante este período, mas (...) não se trata de uma data limite", disse Jennifer Psaki, porta-voz do Departamento de Estado.
A negociação, que teve início ontem, em Washington, foi promovida pelo secretário de Estado americano, John Kerry, que indicou o ex-embaixador dos EUA em Israel Martin Indyk como principal enviado para o diálogo.
A retomada das conversas dá fim a um silêncio entre os dois lados que estava em vigor desde 2010, devido à insistência de Israel em ampliar assentamentos na Cisjordânia ocupada.
Mais cedo, o presidente Obama elogiou a disposição dos dois países, afirmando que é um passo promissor, mas que há um trabalho duro e escolhas difíceis para ambos os lados. "Tenho esperanças de que tanto os israelenses quanto os palestinos abordarão essas negociações com boa-fé e com foco sustentado e determinação".
Desta vez, as negociações serão dirigidas pela ministra de Justiça Tzipi Livni, no lado israelense, e pelo chefe dos negociadores palestinos Saeb Erakat, com a presença permanente de funcionários de alto escalão de ambos os governos.
Como prova da fragilidade deste início de negociações está a decisão do governo israelense, anunciada no domingo, de aprovar a libertação de 104 prisioneiros palestinos detidos antes dos acordos de Oslo de 1993, que foi bem recebida pela Autoridade Palestina, mas que provocou fortes reações em Israel.
Os palestinos, com apoio internacional, querem que seu futuro Estado tenha fronteiras semelhantes às que vigoravam antes do avanço territorial de Israel na guerra de 1967 o que abrange a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e a adjacente Jerusalém Oriental.
Israel considera Jerusalém inteira como sua capital "eterna e indivisível", status que não é reconhecido internacionalmente. Além disso, o país pretende preservar alguns blocos de assentamentos na Cisjordânia.