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Crise política

Negociações sobre Honduras devem ser retomadas hoje

As negociações para solucionar a crise política em Honduras devem ser retomadas neste domingo pelo presidente da Costa Rica, Oscar Aria, mas a possibilidade de um acordo ainda parece distante, diante da postura dos representantes do presidente deposto Manuel Zelaya e do atual governo hondurenho, de Roberto Micheletti. Arias apelou aos negociadores, que se reúnem novamente hoje, para "fazer um esforço de flexibilidade para aproximar as posições".

O presidente da Costa Rica e Prêmio Nobel da Paz, Arias, que é o mediador deste conflito, disse neste sábado (18) que a comunidade internacional respalda a mediação, mas não irá apoiar aqueles que pretendem resolver a crise com violência. "A comunidade internacional tem apoiado de maneira unânime esta mediação, esperando que o conflito hondurenho seja solucionado por vias diplomáticas e pelos caminhos da paz", afirmou Arias à imprensa ontem. O presidente da Costa Rica lembrou que a "a força (violenta) foi a origem deste problema e não será jamais sua solução".

Arias propôs a volta do presidente deposto e a formação de um governo de coalizão, entre outros pontos. De acordo com a delegação de Zelaya, a data proposta para o retorno é 24 de julho. "Se quer voltar a Honduras, pode retornar, mas para submeter-se às autoridades judiciais. Não podemos falar em restituir uma pessoa que já foi destituída", disse Mauricio Villeda, membro da missão enviada pelo governo interino.

Arias também sugeriu a formação de um governo de unidade com os maiores grupos políticos, que seja declarada a anistia aos delitos políticos e que o presidente deposto desista de realizar o referendo sobre a reeleição. Zelaya estava disposto a aceitar a proposta do governo de coalizão, mas apenas se este não incluísse a participação daqueles que realizaram o golpe. Esta é a mesma posição do atual governo hondurenho, que sustenta que o presidente deposto violou a lei, e que será impossível que ele regresse para liderar um governo de integração.

Se estas negociações não forem bem sucedidas, o presidente deposto ameaça retornar ao país, o que segundo especialistas pode provocar uma onda de violência no país dividido.

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